Naala, mesmo sendo membro da família real, tinha uma vida tranquila e pacata. Todavia, em um destinado dia, seu país é invadido e ela, juntamente com todas as outras mulheres na região, são sequestradas. O motivo? Uma doença mortal que alastra principalmente o país do Norte e que coloca em cheque a linhagem dele. Sendo sujeitas a submissão, o que será do futuro de Naala e das mulheres de Rus? Leia a análise a seguir para descobrir!
Se você quer saber mais a respeito da sinopse e personagens, confira primeiro nosso post The Crimson Flower That Divides: Lunar Coupling (Koezaru wa Akai Hana) – História, sistema de rotas e personagens para se ambientar melhor. Essa análise tomará como base que você tenha ciência dos detalhes apresentados no post mencionado.
Avisos:
- Este post contém apenas spoilers leves! As rotas e personagens serão comentados de uma maneira que evite spoilers. As CGs utilizadas são as mesmas usadas no site oficial e/ou na abertura.
- Este texto contém opiniões pessoais e não reflete necessariamente a visão de todas as integrantes do Otomices
Guia e acesso rápido aos tópicos:
- Ficha Técnica
- Personagens
- História
- Arte
- Música e Dublagem
- Sistema, Interface e Tradução
- Biases
- Conclusão
Ficha Técnica

The Crimson Flower That Divides: Lunar Coupling
Título Original: 越えざるは紅い花~対の月~
Tipo: Otome Game
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento original: 07/09/2012
Data de Lançamento em inglês: 23/02/2023
Desenvolvedora: Operetta Due
Publicadoras: Operetta Due (JP & EN) / Dramatic Create (JP & EN) / Hunex (JP & EN)
Roteirista: Matsutake Ume
Character designer e artista: Tsukino Omame
Diretor: Matsutake Ume
Classificação etária: Mature (17+)
Site Oficial | Opening | Post conheça com guia de rotas
De tempos em tempos, Rus —país onde a protagonista vive— é invadido por Nasla, com objetivo de sequestrarem as mulheres para seu reino. No continente há uma doença mortal chamada “The Rot (A Podridão)” que atinge as mulheres, e Nasla é o país que mais sofre com essa enfermidade. Quando a natalidade de Nasla chega a níveis baixos alarmantes, eles atacam países próximos, levam as mulheres e as sujeitam a todo tipo de tratamento horrível, tudo isso para nunca deixarem a linhagem do país desaparecer.
Quando criança, a mãe de Naala foi sequestrada, a deixando sozinha. Felizmente, a família real de Rus a adota e ela vira noiva do Auri, futuro rei do país. Neste meio tempo, a protagonista acaba contraindo a doença, mas ela sobrevive! As causas são desconhecidas e o desgaste no seu corpo foi tanto que acabou alterando a cor natural de seu cabelo. Anos depois, no presente, Naala novamente assiste o terror de ter seu país invadido, mas decide desta vez não se esconder.
Enquanto tenta resgatar suas melhores amigas, Salanna e Shalu, ela acaba sendo capturada e levada para Nasla. Ao chegar lá, Touya, o atual rei de Nasla, decreta a lei de seleção. Essa lei proíbe que os homens forcem as mulheres a fazer qualquer coisa, que são elas que escolhem seus futuros maridos e que elas devem fazer tal escolha. Surpresa com a situação ser mais acolhedora do que ela esperava, Naala começa a viver seus dias no novo reino pensando em como diminuir o fardo das outras mulheres e em como fazê-las voltarem para casa. Mas um dia…
Personagens
Naala (protagonista) – CV: Tezuka Ryouko

Apesar de todas as dificuldades que passou na infância, a Naala é uma mulher gentil, de bom astral e bem tomboy. Decidida a não viver escondida numa sombra, ela treina com espadas e arcos, vai em caças e bate de frente com aqueles que pisam em seu calo. Como futura rainha de Rus, as mulheres sequestradas se suportam nela e ela vira o pilar essencial entre o grupo.
Durante o jogo, vemos a transição da Naala como apenas mais uma mulher para aquela envolvida em todos os jogos políticos do continente, além de ser a chave para uma possível cura do The Rot. Ela, em todas as rotas, corre atrás de seus objetivos e não baixa a cabeça em nenhum momento, não importa a situação. E mesmo em situações de desespero, se for pelo o bem de seu povo, a Naala irá se sacrificar, sem pensar que isso será um peso para ela. Proteger aqueles que ela ama é a prioridade número um de sua vida.
Suren (CV: Miyashita Eiji)

Suren é o comandante do exército de Nasla. Ele é arrogante, prepotente e malicioso. Em seu primeiro encontro com a Naala, ele já se força em cima dela e a declara como mulher dele. Ela não suporta o comportamento dele e o rebate sempre que pode, mesmo com o constante medo dele violá-la a qualquer momento.
A rota do Suren, na minha opinião, foi a melhor do jogo. A Naala brilha muito mais nessa rota do que em qualquer outra. Ela se desafia num casamento forçado, sendo tocada logo de cara e mesmo assim não desiste de tudo e de todas. Vemos ela lutar, vemos ela sofrer, vemos ela também negociar pelo bem de ambos os países. E no decorrer da história, vemos que o Suren é um homem muito mais gentil que aparenta. Enquanto suas palavras são ríspidas, suas ações são muito gentis. Pra quem curte um enemies to lovers, a rota é um prato cheio!
Naran (CV: Sugiyama Noriaki)

Naran é um jovem que foi salvo pelo Suren quando mais novo. Desde então, segue o comandante para tudo que é lado, o chamando de irmão e o servindo lealmente. Quando comparado ao comandante militar, Naran é um raio de luz nos dias da Naala e acaba sendo o ponto de apoio dela nessa sua nova vida.
Sua rota deriva da metade da rota do Suren, por conta de um certo acontecimento. Naala acaba se envolvendo com ele, mas só de fachada. O relacionamento dos dois é um grande fingimento para poderem proteger um ao outro. Enquanto achava o Naran um fofo durante a rota do Suren, em sua rota o achei melancólico e até um pouco chatinho. Os dois ficam muito presos a promessas, títulos e fazem escolhas duvidosas. A coisa só engrena de verdade bem no final, próximo já do epílogo. Adorei a relação deles como amigos.
Cef (CV: Oda Toshimitsu)

Cef é filho do ministro mais importante entre os doze que cercam o rei. Mas, ao contrário do pai, ele é um homem leviano e não quer saber de compromissos. Mesmo que, na teoria, seja secretário do pai, pouco ele faz no meio político. Ainda assim, é querido pelos funcionários de sua casa e parece se dar bem com todo mundo.
A rota do Cef deriva da rota do Nohl. Nela, vemos a Naala se envolvendo em jogos políticos e fazendo apostas com o assistente do rei, tudo para poder libertar as mulheres de Rus. Por ver a garota ser rejeitada todo dia pelo seu pai, sofrendo constantemente seja debaixo de sol ou chuva, Cef acaba se apaixonando pela protagonista. Com o poder do amor, vemos ele finalmente tomar um rumo em sua vida e correr atrás de algum objetivo. Contudo… achei a rota fraca. Achei tanto seu foco de história, como o rapaz, chatos. É um dos casos que fico achando que o personagem virou interesse romântico só pra fazer tabela.
Nohl (CV: Suzuki Chihiro)

Nohl é o assistente parlamentar do rei. Isso significa que ele é o braço direito de Touya e bota o país acima de tudo e todos, não importa o que custe. À primeira vista, pode parecer um pouco gentil, mas logo se percebe que seu sorriso é vazio e uma escuridão se esconde dentro desse homem habilidoso e astuto.
Nohl em todas as rotas se mostra ser um personagem muito mais cínico do que aparenta. Mas é claro que, na sua rota, os níveis de cinismo chegam a outro patamar. Ele acaba sendo conquistado pela Naala e se, escolhas erradas forem feitas, sua possessão vira um constante perigo para nossa protagonista. É extremamente sádico e seus bad endings me deram calafrios. Na versão +18, que também joguei para comparar as nuances entre o original e o port, tudo é ainda mais pesado. E eu, honestamente, adorei.
Jigi (CV: Kakihara Tetsuya)

Jigi é um dos subordinados do Esta, que é subordinado do Nohl. Os trabalhos destinado a ele não são muito convencionais. Suas principais funções são espionagem e a eliminação de alvos quando necessário. É um rapaz de língua afiada e deixa claro o quanto desgosta da protagonista no início.
Ao fazer uma certa escolha, você sai da rota do Esta e entra na rota do Jigi. Na verdade, essa escolha é o que te apresenta ao rapaz, porque se você não fazê-la, nunca verá nada sobre ele no jogo. Por ser uma rota nova, um luxo que veio junto do port do jogo, pouco tem a ser adicionado na história no geral. Se ele não fosse bloqueado pela rota do Nohl, eu sem dúvida recomendaria ele ser o primeiro ou segundo rapaz a ser feito. Pra quem gosta de interesses românticos provocativos, Jigi é um acerto.
Esta (CV: Makino Hideki)

Esta, além de servo do Nohl, também é seu secretário. É um rapaz de poucas expressões, distante e muito reservado. Pela rota do Nohl, podemos perceber que ele possui uma grande apatia por tudo a sua volta, mas que acaba se descobrindo e aprendendo sobre os valores da vida enquanto convive com a protagonista.
Você só consegue fazer a rota do Esta de verdade depois de realizar dois bad endings do rapaz durante a rota do Nohl. Depois de feitos, você precisa recomeçar o jogo do início para desbloquear opções novas durante a rota comum. Apesar de atuar principalmente como um assassino, Esta é muito gentil. É tão bonzinho que chega a fazer o coração doer, e você deseja profundamente que o rapaz consiga alcançar a felicidade em algum momento de sua vida. Ah, e é importante frisar que Nohl tenta ser talarico em basicamente todas as rotas. Não há interesse romântico que tenha paz enquanto o Nohl exista.
Ruzi (CV: Nakazawa Masatomo)

Ruzi é um médico extremamente talentoso para sua idade. Junto disso, também é gentil, maduro e bonito, o que torna o rapaz muito popular entre todos. Seu cabelo castanho, um traço predominante do povo do Rus, faz as mulheres sequestradas esquecerem que ele é um homem de Nasla, e consequentemente confiam nele em pouco tempo.
Sua rota é uma derivação da rota do Touya, que assim como os outros casos, é acessada por uma única escolha. Nela, o grande foco é descobrir uma cura para o The Rot. A interação dele com a Naala são naturais e ambos se atraem de forma convincente. Também temos mais participações de personagens secundários do que o comum, e essa dinâmica dá uma frescor a rota. Ele é bem fofo, até você entrar no bad ending. Aí, caros amigos, vira um show de horrores. Só Jesus na causa.
Uru (CV: Yukishiro Ayano)

Uru é um menininho de 13 anos que atua como servo do Touya. É tímido, muito fofinho e dá seu melhor em servir àqueles que foi designado. Não podemos dizer que ele tem de fato uma rota, mas sim, um final alternativo para a rota do Touya que foca mais no jovenzinho.
O CG utilizado aqui nem ao menos faz parte desse release. O bichinho literalmente só tem um CG nesse port, e por motivos de spoiler, senti que não poderia utilizá-lo aqui nessa postagem. Eu achei que, nessa versão do jogo, o Uru também teria de fato uma rota, mas me enganei. De qualquer forma, não reclamo desse fato, porque o menino é tão novinho que eu tenho dificuldades em vê-lo como qualquer coisa além de um bebê filhote. Desejo todo o bem para o Uru e que ele seja sempre feliz.
Touya (CV: Tachibana Shinnosuke)

Touya é o rei de Nasla. Apesar de estar preso às leis que seu pai criou no passado, ele tenta amenizar o impacto delas criando novas medidas para proteger as mulheres. É um homem de grande moral, simpático e altruísta. Todavia, em alguns momentos, dá a sensação que esconde algo no seu interior.
Sua rota é a verdadeira e nela vemos tudo ser amarrado, além da introdução de novos twists. Esses adicionais, em minha opinião, acabaram deixando sua rota um pouco mais maçante do que deveria. Sinto que o desejo era passar a ideia de que Touya era o destino da Naala, mas acabou me dando pensamentos de “Pera, tem mais caroço nesse angu?”. De qualquer forma, o desfecho da história é condizente com tudo que rolou e consegue agradar o leitor. Como de praxe, seus bad endings são aterrorizantes, sendo ainda piores na versão original do jogo.
História

O universo de Benibana é fantástico, rico de detalhes que encantam qualquer leitor. Junto de personagens carismáticos e uma protagonista que não dá o braço a torcer, sua história flui muito bem. Contudo, pelo grande número de rotas, pode ser que alguns leitores se cansem no meio do caminho. De acordo com meu Switch, levei 55 horas para ler tudo aquilo disponibilizado no jogo, como extras, epílogos, drama cds e afins.
Recomendo que seja seguido a ordem de rota sugerida no post Conheça, acho que é fundamental para melhor aproveitamento da história. Mas também posso fazer a sugestão de, em vez de começar pelo Suren, de que talvez comece com o Cef. O adicional que o rapaz traz a história é mais pela osmose da rota do Nohl do que por si. Então, podendo ser um certo empecilho, é até interessante já começar com ele para tirar o fardo logo do caminho.
Arte

Inicialmente, tive uma grande estranheza à arte do jogo. Achava a proporção dos personagens estranha e tinha dificuldade de enxergar algum charme nela. Apesar disso, minha perspectiva foi mudando e agora consigo dizer que gosto dela.
A estética das roupas dos personagens combina bem com a personalidade de cada um e também o contexto onde ele está inserido. Dá para perceber que teve uma boa pesquisa para representar a cultura daqueles países de uma forma convincente, sem que possa ofender qualquer tipo de cultura da nossa vida real.
Já sobre os CGs, é um pouco difícil de comentar sobre eles. A arte é bem inconsistente, sendo que alguns possuem uma coloração digna de nota enquanto outros estão extremamente estranhos. O mesmo pode ser dito sobre as proporções neles. Tem algumas imagens que o corpo da Naala está muito estranho.
Outro ponto a se criticar, é o enquadramento deles. Benibana, quando lançado, tinha a proporção 4:3. Por isso, suas imagens são originalmente quadradas, enquanto o Switch possui uma tela na proporção 16:9, ou seja, retangular. Em vez de redesenharem as imagens, elas foram colocadas da mesma forma que o original, cortando um pouco daquilo apresentado na tela. Por isso, enquanto você faz a leitura, causa um certo estranhamento a forma que o CG está posicionado. O lado bom da história é que você consegue ver os CGs como um todo quando olha eles pela galeria. Lá, é possível diminuir o zoom da imagem e ver todo o contexto apresentado.

Não dá para fugir muito do padrão com os cenários. Sendo um plot histórico, com ar oriental misturado com realeza, aquilo que vemos é o que dava para esperar. São cenários relativamente simples, sem muita grandeza. Vemos um trabalho maior quando o ambiente se passa dentro do castelo, mas ainda assim, uma certa compostura é observada. No fim, entregou aquilo que era adequado e se complementou com êxito com todo o contexto do jogo.
Música e Dublagem

A trilha sonora de Benibana é muito agradável. As melodias com foco no piano foram minhas favoritas, mas tem algumas que merecem seu devido destaque. A track número 5, Anticipation, pode até ser dita como o tema principal do Nohl. Ela é principalmente tocada por harpa e passa direitinho a vibe de dissimulado que o personagem tem.
Tanta a música de abertura como a música de encerramento são cativantes. Além de passar toda a magia que o universo tem pela melodia, a voz de Suzuha Yumi complementa perfeitamente com ambas as faixas. Elas com certeza grudam na cabeça desde a primeira vez que você as escuta.

A dublagem é ótima! Meu grande destaque vai para o dublador do Nohl, Suzuki Chihiro, que deu um show na atuação. Outro grande destaque vai para o dublador do Touya, Tachibana Shinnosuke, que me rendeu boas gargalhadas em certas cenas.
Enquanto metade do cast é constituído de nomes de peso na indústria japonesa, também temos nomes que são poucos conhecidos e ainda assim não ficaram para trás em sua atuação. Foi um bom equilíbrio para mim, que gosto de que se dê chance a dubladores menos conhecidos, sem que transpareça que foi uma decisão tomada por causa de orçamento baixo.
Sistema, Interface e Tradução

A interface é bem simples, assim como seu sistema. Não existe inovações. Benibana é uma visual novel na sua forma mais intrínseca, sem animações ou jogos de efeitos. O otoge se baseia no conjunto do texto com melodia e sprites para entregar sua mensagem.
O jogo possui vários extras, divididos em várias categorias. Podemos ver os CGs na galeria, temos uma aba para ver os capítulos de cada rota, um local para escutar a trilha sonora e as falas que você salvou durante sua jogatina. Também temos acesso a uma lista de endings, mostrando quantos finais cada rapaz tem.


Além disso tudo, existe um dicionário, que é essencial para entender com mais clareza o universo do jogo. Só que, apesar de eu ter lido o jogo inteiro, não consegui completar ele, me faltando poucas palavras-chaves lá. Analisando a lista, tenho a impressão as palavras que me faltam são mais erros de programação do que falta de leitura em si. Enfim, só Deus para saber mesmo, porque eu até tentei dar uma skipada no jogo para ver se desbloqueava elas, para nenhum aval no final.


Durante a jogatina, ao fazer uma escolha, você terá um sinal visual na tela, mostrando se a escolha feita te favorece com algum rapaz ou não. Tudo isso te auxilia a chegar no happy ending de cada rota com mais facilidade.
Ao coletar todos os finais de um respectivo rapaz, você libera um segundo epílogo e um mini-conto na aba “Novel”. Enquanto este epílogo nos apresenta sprites, personagens e CGs novos, a parte da novel é literalmente só texto sendo complementada por melodia. Não temos dublagem ou qualquer coisa do tipo lá.


Para aquelas que não possuem paciência de pular todo o texto lido para chegar na próxima opção, Benibana possui o comando de ir direto para a próxima escolha ou trecho não lido. Só que é um comando um pouco escondido, então recomendo ler o manual de controles do jogo para saber exatamente como fazê-lo.
E para finalizar os extras, também temos acesso a dois drama cds. Um é com foco no Esta, enquanto o outro foca no Ruzi. Cada áudio era acompanhado com sprites dos personagens, dando mais aprofundamento ao cenário. E é claro, tudo foi traduzido! Como era automático, lembrando um reprodutor de vídeo, o drama cd te fazia mergulhar o suficiente na cena a ponto de dar a impressão de estar assistindo um pequeno episódio de anime.

Já sobre a tradução, ela deixa muito a desejar. São inúmeros erros de tradução, inúmeros typos, gênero gramatical usado de forma errada, enfim. Em certos momentos, tive muita dificuldade de entender o que os personagens estavam querendo dizer, porque a sua tradução estava muito literal. Com tamanha dificuldade, cheguei até me perguntar se não foi usado MTL (machine translation, ou, tradução automática).
Nos créditos, que não estão traduzidos, é possível verificar que o QooApp que traduziu o jogo. Fiquei surpresa porque eu nem sabia que eles faziam parte do cenário de tradução… Mas também fez sentido porque tudo que está traduzido no aplicativo deles é bem mal traduzido. É uma pena que este tenha sido o ponto mais baixo de todo o lançamento, porque a história de Benibana é tão cativante que não merecia isso. O que posso torcer é que, futuramente, seja lançado um patch para corrigir todos os problemas referentes a tradução.
Biases

Eu aposto que você, leitor, achou que meu favorito tinha sido o Nohl, só porque eu tenho um histórico de gostar dos personagens mais degenerados possíveis. Mas quem me conquistou em Benibana foi o Suren, com toda sua relação conturbada com a Naala e mostrando sua gentileza das formas mais indiretas possíveis.
O jovem general não abandona seus princípios e valores em nenhum momento e, mesmo em situações não muito agradáveis, como a noite de cerimônia do casamento, ele ainda assim demostra uma preocupação pela Naala que você não imaginava que pudesse existir. Ele impulsiona tudo de bom na nossa protagonista, assim como ela o faz brilhar mais e mais. Até em outras rotas, que você pensa que ele vai pisar na bola, ele acaba se mostrando uma pessoa muito boa e possivelmente o único companheiro que a Naala pode ter. Minha única reclamação sobre ele é a parte meio OOC (out of character, ou, fora de personagem) que teve no cenário extra especial. Finjo que aquilo nem aconteceu e sigo em frente.
Conclusão

The Crimson Flower That Divides: Lunar Coupling é uma super história, e sua fama dentro do nicho faz mais que sentido, ainda mais se considerando vir de uma empresa indie! Todavia, o número excessivo de rotas pode cansar em certo momento e sua tradução precária te faz desanimar um pouco na leitura. A arte meio esquisita dá para relevar, se considerarmos que o jogo original é antigo (seu primeiro lançamento foi em 2012). Com 11 anos de existência, faz sentido que ela pareça datada.
Apesar de ter tido seu conteúdo erótico cortado nesse lançamento, as novas cenas fazem jus ao conteúdo original, passando a mensagem de forma adequada. Já para as cenas que foram cortadas por completo e não foram reescritas, se sente um buraco e fica a sensação de estar faltando algo lá. Ainda assim, eu consigo me ver recomendando esse otoge. A cativante Naala é tudo que as leitoras de otome game no Ocidente pedem, junto com seus interesses românticos que mostram serem humanos, da forma mais crua que possa ser mostrado. Sem dúvida alguma, Benibana é uma história que deve ser lida por qualquer amante do gênero, mesmo com seus problemas existindo.
Nota geral: 6.5
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