Review – Variable Barricade (Análise com e sem spoilers)

Acompanhe a história de Hibari, uma jovem herdeira da família mais rica do Japão. Forçada pelo seu avô, ela deve escolher entre 4 rapazes problemáticos para ser seu futuro marido! Será que a jogatina vale a pena e cumpre o que promete? Leia a análise a seguir para descobrir!

Se você quer saber mais a respeito da sinopse e personagens, confira primeiro nosso post Variable Barricade – História, personagens, e guia de rotas para se ambientar melhor. Para esta análise, esperamos que você tenha ciência dos detalhes apresentados no post mencionado.

Avisos:

  • Este post contém spoilers! Recomendado para quem já jogou ou para quem não teve/tem a oportunidade de jogá-lo. Se você quer saber o mínimo de informação sem spoilers para decidir se vale a pena jogá-lo, leia a partir do tópico História.
  • Este texto contém opiniões pessoais e não reflete necessariamente a visão de todas as integrantes do Otomices
  • Esta review foi escrita a partir da chave digital que recebemos da publicadora de jogos, a Aksys Games.

Guia e acesso rápido aos tópicos:

Ficha Técnica

Variable Barricade
Título Original: バリアブルバリケード
Tipo:
Otome Game
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento original: 04/04/2019
Desenvolvedora: Otomate
Publicadoras: Idea Factory Co., Ltd. (JP) / Aksys Games (EN)
Escritor/Roteirista: Fukase Kaeru / Kojima Nao / Nakayama Satomi
Character designer e artista: Usuba Kageroo / Kiichi
Diretor: Iwata Shinobu
Classificação etária: 12+
Site Oficial | Opening | Post conheça com guia de rotas 

O começo de Variable Barricade é direto e rápido. Ele mostra o dia-a-dia de Hibari, do momento em que ela vai à escola até o momento que suas aulas acabam. Ao passar pelo portão, ela é abordada por 4 rapazes desconhecidos, todos muito bonitos, que a pedem em casamento simultaneamente. Ela decide ignorá-los —afinal, quem são esses malucos?— e segue em direção ao carro que está a esperando. Lá, nossa herdeira encontra seu fiel mordomo, o Kasuga, depois de um mês (o mesmo tinha saído para fazer um “treinamento” especial na Inglaterra). Ele lhe dá o recado “Seu avô quer falar contigo, lá na casa principal” e ambos vão ao encontro do velho. A conversa entre os dois é cheia de hostilidade, bem passiva agressiva —por parte da Hibari, porque ela tem certeza absoluta que o seu avô a odeia— e ele não poupa palavras, manda a real logo de cara: “sabe os 4 rapazes que tu viu agora a pouco? Pode escolher um como seu futuro marido”.

Hibari fica atônita e se recusa a aceitar essa situação. O avô manda um “problema é seu kkk se vira aí” e obriga ela a viver com os 4 rapazes em uma casa de veraneio que a família possui. Por ser a única herdeira da família mais proeminente do Japão, ela sempre sentiu que não teria escolha, que seria destinada a um casamento arranjado, frio, frisando apenas melhorar os negócios da família. Só que aí, ainda abalada com toda essa notícia por ser tão nova, o Kasuga manda mais uma bomba: seus pretendentes tem uma ficha completamente horrorosa, dignas de envergonharem a família! E a partir desse ponto, a gente observa a Hibari lutando com unhas e dentes para não se envolver com nenhum desses rapazes, que são: um galanteador que cometeu fraude matrimonial, um viciado em apostas, um gigolô que só sabe viver às custas dos outros e, por fim, um cara que age como um cachorro cuja dívida é de milhões.

Personagens (Sumários + Review)

Tojo Hibari (Protagonista)

A palavra que melhor descreve a Hibari é “rígida”. Por ter uma personalidade introspectiva, ela não consegue se envolver de verdade com as pessoas. Tudo é sempre superficial, ela tem uma super barreira em volta dela por ter medo de ser usada pelos os outros, além da falta de confiança na sua própria família. Apesar de tudo, bem no fundo, ela é uma pessoa bem carente, solitária, que sente falta de afeto e amor que uma adolescente comum deveria, na teoria, receber.

A medida que a rota comum vai rolando, a gente já vê uma clara mudança nela, a Hibari vai amolecendo, ficando mais expressiva sobre seus sentimentos e se apegando aos rapazes. Quando entra nas rotas de cada um, no geral, a essência dela ainda continua a mesma, porém em certos momentos ocorrem algumas mudanças que eu sinto como se tivesse se desviado um pouquinho de como ela agiria de verdade, mas nada crítico. Para ser honesta, há coisas bem mais estranhas nas rotas do que ela agir um pouco mais com o coração.

Mesmo ela sendo bem tsundere, eu gostei da Hibari e me comparei com ela em muitos mais momentos do que gostaria. Seja pelo o conflito do Razão x Emoção que ela vive diariamente, pelo medo da exposição, e a forma de ser introvertida, todos esses pontos da personalidade dela encaixaram muito comigo. E por ela também ser carregada de conflitos, chocando com a personalidade completamente extrovertida de todos os outros rapazes, acaba dando momentos muito engraçados durante a leitura. Apesar que depois da metade da rota de todos, viu… @_@. Pelo menos, a forma que ela termina o True ending me agradou. Mesmo que de uma forma meio estranha, eu senti que aquela era Hibari de verdade e que ela finalmente estava livre para viver sendo quem ela é, e não apenas uma Tojo.

Yagami Nayuta

Nayuta é o mais novo entre os pretendentes e, de longe, o mais animado, gentil, energético e atlético do grupo. A imagem mental que todos têm dele é de um filhote de cachorro, porque a forma que ele age lembra muuuito um. Por ser muito ingênuo, acaba caindo em vários golpes financeiros, o que o leva a ter milhões como dívida. A sua rota começa quando a Hibari é confrontada pelo seu avô a escolher um dos pretendentes como o candidato principal, mesmo que temporariamente. Ela acaba escolhendo o Nayuta por ele parecer o mais fiel dos 4.

Por ter feito uma escolha, a Hibari começa a prestar mais atenção no Nayuta e consequentemente se envolver mais com ele. Ambos começam a sair mais juntos, ela conhece o tio dele (que é o guarda-costas pessoal de seu avô), até o ponto onde ele pergunta se pode começar a acompanhar ela em todos os lugares como um segurança também. Esse é o grande ponto-chave da rota dele, porque a Hibari começa a se atrair pelo o lado profissional dele, que era completamente diferente da sua personalidade normal. Além disso, um dos seus filmes favoritos é um romance que envolvia uma mocinha e um guarda-costas, então ela estava completamente se projetando na história toda, cof.

Os dois vão se atraindo mais e mais naturalmente, até que a Hibari decide que irá escolhê-lo de verdade como seu noivo. Ela o chama para um encontro, frisando muito bem que não era para ele ir no modo “trabalho” e sim como ele mesmo. Lá, ela se declara, falando para ele protegê-la… E ele acaba entendendo errado sua declaração de amor. O Nayuta entende que ela o quer como seu segurança particular oficial… Ele fica super feliz, comemora e solta a bomba “ah, eu não sou um pretendente! Eu só queria que fosse você a pessoa que eu serviria como guarda-costas!”. Bicho, putz, a menina fica destruída demais, porque ela acredita de pé junto que levou um fora, quando na verdade o Nayuta é super lerdo e não entendeu nada do que ela queria passar.

Hibari decide tentar seguir em frente e superar, depois de inúmeras tentativas de fazer o Nayuta reparar nos sentimentos dela (e dele também). Todo mundo tenta dar um toque indireto nele, mas o menino é… Completamente alheio a romance lul.

Um dia, o avô da Hibari a chama e fala que escolheu o futuro marido dela, que não se importa mais com o que ela acha e que revelará quem ficará com ela na festa de natal que a família organizará. Além disso, ele separa completamente o contato dela com o Nayuta, fazendo ela voltar a morar na casa antiga e ele não ser mais o segurança dela.

Depois de toda essa pressão, o Nayuta começa a perceber que sente algo pela Hibari… Mas ainda não sabe o que é aquilo que sente /facepalm. Depois de um SUPER empurrão dos outros meninos, ele finalmente se toca que está apaixonado por ela e monta um plano para impedir a Hibari de se casar com outra pessoa. No dia da festa de natal, ele aparece vestido de cachorro, luta com o tio dele, faz um show… Para o avô da Hibari anunciar, no fim, que ELE é o noivo dela LOL. Era tudo um plano do velho safado para juntar os dois logo, porque ele já estava sem saco do lerolero todo.

Os dois finalmente ficam juntos e as cenas do final mostram o mais novo desafio da Hibari, que é fazer o Nayuta se acostumar a abraçá-la, segurar sua mão, a beijar, etc. O menino é tão tímido e fica tão nervoso que tem momentos que o nariz dele sangra LOL. E assim o romance água com açúcar deles termina.

Mayuzumi Shion

Shion é um dos pretendentes da Hibari, cujo em seu histórico é declarado que ele é um gigolô. Eu gostaria de começar mandando um “Na verdade…”, mas não tem o que desmentir mesmo não LOL. O Shion, de fato, parece um gigolô. Ele é uma pessoa que não busca se estabilizar na vida com suas próprias mãos, deixando-se sempre ser mimado por seus “patrões”. Ele acha ótimo poder viver fazendo o que der na telha, porque sempre terá alguém para sustentá-lo. O Shion é basicamente uma pessoa que só se importa com as aparências, coisas de luxo, etc. Poderíamos dizer que o Shion vive completamente pelas suas “aesthetics” e não tem vergonha alguma sobre isso.

A rota dele começa exatamente como as outras, com o avô da Hibari a pressionando para escolher um dos pretendentes temporariamente. Você o escolhe e o relacionamento deles se desenvolve porque a Hibari se deixa levar muito pelas suas responsabilidades. Enquanto todos falam para ela maneirar um pouco, o Shion aparece dando um suporte a ela, meio que a mimando, deixando-a confortável para seguir nas loucuras dela.

E à medida que a rota prossegue, você vê que o objetivo do Shion é mimar tanto a Hibari a ponto de fazê-la ficar dependente dele emocionalmente. Que a válvula de escape dela seja ele, que ela sempre o procure quando quiser afeto, carinho, compaixão etc. Essa foi uma rota particularmente complicada de se engolir, na minha opinião, porque ele estava ciente que manipulava a Hibari e não se importava, porque afinal, esse era o objetivo dele.

Quando a Hibari o coloca na parede e fala para ele que ele precisa mudar, virar um membro correto da sociedade, ele “concorda” com ela e no dia seguinte começa a trabalhar como modelo. Ele fica trabalhando tanto que não aparece mais em casa e não tem mais nenhum segundo para falar com a Hibari. Ele estava a evitando/ignorando, tudo por um plano que ele tinha começado a colocar em prática.

Isso faz a Hibari colocar seus ideais em cheque. “O que é o certo? O que eu quero?”, ela se questionava sobre a falta que sentia do Shion comparado a ele estar agindo feito um adulto responsável. Quando descobre que um dos comerciais que o Shion faria teria uma cena de beijo, ela simplesmente joga a razão dela pro ar e sai correndo pro set de gravações, para se declarar e falar que ele não precisa trabalhar, que pode viver só por ela, como ele vinha vivendo para seus outros companheiros antigamente.

O Shion fica em êxtase quando ela aparece no set e seu plano da certo. O comercial era uma simples armadilha para fazer a Hibari ceder às vontades dele, que o tempo inteiro era ELA a garota do comercial. Ele conta a verdade a ela mas ela não se importa tanto com isso, afinal, a dependência emocional dela nele já estava enorme. No final os dois ficam juntos, com ele dizendo que sempre estará aqui para ela.

Isurugi Taiga

Taiga é um rapaz bem descontraído e informal, que trata todo mundo de um jeito bem leve, sem deixar de falar o que pensa, sendo sempre sincero com o que sente e seus sentimentos. Ele, segundo a ficha, tem um problema de vício em apostas, o que deixa a Hibari bem aterrorizada quando descobre. Por ele não a tratar como alguém especial, ela sempre bicou de frente com ele, tendo uma relação bem hot-and-cold com ele.

A rota do Taiga começa um pouquinho diferente das outras rotas. Quando você o escolhe para ser o pretendente principal, o avô da Hibari começa a rir descontroladamente e chama o nome dele. A porta se abre e ele aparece todo constrangido, sem acreditar que ela tinha falado que seu maior interesse era nele. Ele revela ser um espião posto na casa pelo avô, para ficar de olho em como os relacionamentos com a Hibari se desenvolvem e também, em caso de necessidade, interferir nos conflitos que possam surgir no cotidiano dele. O avô dela fala que não vê problema algum em ver o Taiga como seu genro, pelo o contrário, adoraria, já que o considera um filho. Já o Taiga fica um grande “NOPE NOPE NOPE TO FORA, NÃO FOI PRA ISSO QUE ME METI NISSO”.

A partir dessa revelação, a Hibari fica completamente confortável com o Taiga, procurando-o sempre para conversar, desabafar ou a proteger de possíveis investidas dos outros rapazes. Por ela ter derrubado suas barreiras com ele e mostrando suas verdadeiras cores, o Taiga começa a se interessar pela moça e vai se apaixonando por ela, da mesma forma que a Hibari fica tão relaxada com ele, que vai se apaixonando por ele. O relacionamento deles é muuuuito gostoso de acompanhar e o Taiga não fica estacionado no ponto, ele aceita seus sentimentos e fala que vai com tudo pra cima dela, sem problema algum.

Como um verdadeiro tigrão, Taiga deixa bem claro seus sentimentos pela Hibari e não poupa suas palavras ou atitudes, fazendo a herdeira ficar mais e mais envolvida com ele. Mas, como nem tudo são flores, ele começa a se incomodar com o fato da Hibari e o avô dela terem muita expectativa sobre ele, vendo como uma pessoa capaz e inteligente quando ele só fazia o que dava na sua telha. A pressão de atingir as expectativas fica tanta que o Taiga começa a meter os pés pelas mãos na relação dos dois, depois de todo o esforço que ele fez para conquistá-la.

Com ele começando a evitá-la e empurrando os outros rapazes para cima dela, a Hibari se pergunta o que diabos está acontecendo. A gota d’água acontece quando o Ichiya fala que deixará de ser um pretendente, porque já estava mais que claro a todos o favoritismo que ela tinha pelo Taiga. Ele grita que não tem nada a ver, que ele era só um espião e que não vê a Hibari dessa forma. Todos ficam abismados com o comportamento dele, em como ele decidiu feri-la assim. Ela tenta conversar com ele, até faz planos de como confrontar ele, mas ele sempre arruma um jeito de evitá-la. Cansado de toda a situação, o Taiga decide ir embora da casa no meio da noite, sem avisar ninguém, só que a Hibari acaba vendo e tenta impedi-lo. Ela chorar não adianta nada e o animal some.

Com um medo muito grande do Taiga sair do país, a Hibari começa a mandar mensagens para ele, tentando convencê-lo a mudar de ideia e explicar porque mudou tanto. Ele acaba topando se encontrar com ela pela última vez, meio que apostando em si mesmo para ver o que iria acontecer na vida dele. Quando eles se encontram, ele pergunta se ela desistiria de toda sua vida, luxo e responsabilidade, para viver com ele. Ela o confronta, perguntando que bobagem era aquela que ele estava falando, e o chamando de covarde, com medo de se envolver com ela. Ela se declara a ele e ele admite seus sentimentos, e os dois finalmente ficam juntos. Eles vão ao encontro do avô e oficializam seu noivado.

Mitsumori Ichiya

Ichiya é o mais velho dos rapazes, adora cozinhar (tornando a cozinha exclusivamente seu território) e tem como hobby xavecar a Hibari, lançando mil cantadas por minuto. Em sua ficha, sabemos que ele cometeu fraude matrimonial, mas não sabemos bem os detalhes. A Hibari supõe que tenha relação com seu jeito de paquerar qualquer mulher que seja, mas quando pergunta para ele sobre na rota comum, o Ichiya prefere não comentar sobre.

A rota dele começa com ela o escolhendo como pretendente principal, mesmo que ela não se interesse desse jeito por ele. De qualquer forma, por ter dito o nome dele, ela decide prestar mais atenção nele e tentar descobrir quem ele é, além de amar cozinhar e saber todas as cantadas vergonhosas possíveis. Ela decide stalkear ele um dia para ver como ele é longe dela e o Shion acaba a acompanhando na jornada. Enquanto observam o rapaz, Shion comenta sobre como o Ichiya parece ter vindo de uma família nobre também, que ele tem uma vibe de rapaz que sempre foi rico.

Hibari fica surpresa com o comentário, porque ela nunca tinha pensado sobre isso. Enquanto conversam, o Ichiya percebe ambos e pergunta o que eles estão fazendo ali, e o Shion responde que era um encontro entre os dois. Ichiya fica indignado que nunca teve um date com a Hibari antes e pede para que ela lhe dê as honras. Ela topa e os dois tem um encontro leve e divertido, mas que a incomoda um pouco porque o Ichiya sempre faz tudo para agradá-la, esquecendo dele mesmo curtir as coisas que gosta e seus momentos.

Ela pede que ele, no próximo encontro, seja apenas ele e não alguém cujo “Hibari vá gostar”. Ele aceita o pedido e o encontro deles acaba sendo super natural, até o momento que ela decide perguntar a ele sobre seu passado. Ele entende o clima de outra forma e acaba roubando o primeiro beijo dela… Ela surta, grita com ele, bate no rosto dele e vai embora. Ele fica arrependido do que fez, sabe que pisou na bola e tal, mas nunca pediu desculpas a ela por ter roubado seu primeiro beijo (que ps: ele não sabia). Ela bate nele de novo e isso faz com que o Ichiya se tranque em seu quarto, chorando sem parar. Ele ficou tão abalado com a rejeição da Hibari que sua máscara de homem galanteador caiu todinha. Por causa do choque, ela acaba perdoando ele e falando que está tudo bem ele ser ele, que não precisa fingir. Que ela quer aceitar quem ele é.

Resolvido as coisas entre eles, ambos decidem ter um novo encontro, dessa vez refazendo o primeiro encontro todo, só que dessa vez com o Ichiya sendo ele mesmo e não o paquerador barato de sempre. No final do encontro ele pede novamente desculpas a ela e ela tenta perguntar sobre seu passado, sobre o porquê dele ser tão inseguro assim, mesmo sendo um rapaz bem charmoso. Ichiya fala que ainda não tem coragem de falar sobre e que fará isso em outro momento, tudo em vão, já que quando eles estão se dirigindo ao carro o IRMÃO GEMÊO DELE APARECE E REVELA UM BOCADO DE COISA.

Durante a rota comum, a Hibari mantém amizade com um rapaz apelidado de “Kazu”, onde ela confidencia tudo que sente sobre a situação que vive. Pois bem, “Kazu” é o Kazuya, irmão gêmeo do Ichiya, e que toda essa confusão de casamento aconteceu porque ELE queria ter um casamento arranjado com ela, e o avô dela fez tudo aquilo pra proteger a neta. O Ichiya? Por ter vivido a vida inteira na sombra do irmão perfeito, tentou ajudá-lo uma vez e acabou sendo drogado, quase estuprado e com a acusação de fraude matrimonial. Pela toda humilhação e vergonha, o Ichiya pediu para sair da família, sendo adotado pela família Mitsumori.

Com a merda toda jogada no ventilador, resta a Hibari a aceitar o Kazuya como seu quinto pretendente, mesmo que ela queira ficar com o Ichiya. Se aproximando do final da rota, o Ichiya se declara a ela novamente, onde ela pergunta “Tem que ser eu?”, no caso de, se fosse qualquer outra mulher aceitando o lado frágil dele, ele não se apaixonaria por essa mulher também. Ele fica desolado com a rejeição e, uns dias depois, decide dar a cartada final. A cartada final é “sequestrar” a Hibari e falar que, caso ela não se case com ele, ele se matará. Boa cartada porque ela sente que finalmente os dois podem ficar juntos, que ele a ama de verdade. Yikes.

True Route (Kasuga/Tojo Tsubame)

A true route de Variable Barricade é bem curta e começa do mesmo ponto que todas as rotas. Quando confrontada pelo o avô sobre seu pretendente favorito, a Hibari fala que é impossível escolher e que ele é um insensível por fazê-la passar por isso. Ao sair da casa, ela se encontra com o Taiga, que conta logo de cara a verdade, que ele é um espião do avô e que acha que o velho ama muito a Hibari, que só não sabe se expressar direito e quer protegê-la. Ela não acredita muito no papo dele, mas o assunto a faz ficar reflexiva sobre toda sua vida e sua relação com sua família. Ao mesmo tempo, vemos o avô dela conversar com o Kasuga, e sobre como em pouco tempo a Hibari sairá da gaiola que o mordomo a aprisionou por todos esses anos.

Pois bem, alguns dias depois, a Hibari se encontra com suas amigas e elas conversam sobre como o Kasuga é controlador e possessivo, coisa que ela não tinha reparado antes. Ele até ameaçar elas no sigilo tinha ameaçado. Após isso, ela se encontra com o Taiga, que a leva para falar com seu avô escondido do Kasuga, onde ele revela toda a verdade sobre a vida dela. Os pais dela? Estão vivos, vivendo muito bem na Inglaterra. E a Hibari? Ela tem um irmão mais velho chamado Tsubame. POIS BEM. ADIVINHA QUEM É O TSUBAME. Sim, o nome verdadeiro do Kasuga é Tsubame e ele é o irmão mais velho da Hibari.

O motivo de terem mandado a Hibari para o Japão para viver com o avô fora o seguinte: Tsubame era completamente obcecado por sua irmã, de uma forma doentia. A família, preocupada com o reflexo que essa relação poderia trazer, decidiu separar ambos. O Tsubame ainda tentou sequestrar a Hibari antes de os separarem (um moleque de 7 anos fugindo com uma criança de 5), só que ela acaba se acidentando e perdendo todas suas memórias. Com a deixa, a família separa eles de vez e a partir daquele momento ela vive como a única herdeira da família Tojo. Anos depois, Tsubame reaparece na casa principal no Japão, falando que só quer viver com a Hibari, como mordomo mesmo, para dar suporte a ela em tudo que ela precisar.

Hibari fica em extremo choque com todas as revelações envolto em sua vida, sem acreditar que o avô se sujeitou a toda essa situação. Ela corre para casa e se tranca em seu quarto. No dia seguinte, o Kasuga/Tsubame tenta saber o que aconteceu, mas ela não quer falar com ele de jeito nenhum. Ele, mesmo assim, entra no quarto dela, que acaba o confrontando. Ele nega tudo e fala que é tudo mentira do avô deles, que ele só quer separar eles. Bem, a galera toda que vive na casa aparece e confronta ele novamente, jogando as verdades e o Tsubame acaba fugindo da casa. O assunto do casamento acaba sendo deixado de lado, com todo mundo aceitando dar uma pausa nessa questão, e a cabeça da Hibari fica girando em torno do irmão.

Uns dias antes da festa de natal da família, Hibari recebe mensagens do Kasuga/Tsubame, onde ele estava pedindo para ela se encontrar com ele. Ela não conta a ninguém sobre essa troca de mensagens e aceita revê-lo novamente. No encontro, ele tenta a sequestrar novamente, exatamente como eles eram mais novos. Enquanto a fuga rola, a Hibari se lembra do seu passado e acaba o chamando de “Nii-sama”, o que faz ele perceber que ela recuperou suas memórias. Os dois acabam conversando sobre e ele confirma todo o rolê dele ser obcecado por ela, sendo um siscon.

Hibari dá um esporro nele por toda essa loucura e pede para ele viver agora como Tsubame, o que ele rejeita, porque ele quer ver ela como a herdeira da família, que a imagem é perfeita para ela. Ela pensa que ele é doido e o assunto fica por isso mesmo. A festa de natal rola, com todos os amigos, pretendentes, avô, irmão/mordomo, todo mundo presente. A Hibari agradece a todos por terem feito ela ser quem ela é hoje e que espera mais bons momentos entre todos eles. A true route termina com Tsubame e a Hibari tendo um encontro como irmãos, um momento raro que a Hibari faz questão de ter, porque se depender do Kasuga/Tsubame, ele só vive como mordomo dela.

História

Papai do céu, quando eu comecei a true route de Variable Barricade, eu esperava TUDO, menos aquilo que eu li. Eu fiquei incrédula com todo o desfecho, que inicialmente me deixou com um gosto amargo na boca, mas que depois, enquanto pensava nessa review, consegui aceitar que esse era o final mais adequado para a Hibari.

A rota do Shion e do Ichiya me deixaram muito desconfortáveis, a primeira porque ele simplesmente manipulou a garota toda e a do Ichiya pelo o seu final. Eu gostei muito da rota dele até ele decidir dar aquela cartada final… Aquilo não bateu bem comigo, não, de jeito nenhum. Além disso, a Hibari dessas rotas não parecia ser a Hibari que ela era… Ficou algo fora do personagem, não achei que combinou muito.

A história não tem nada de inovador, com a comédia sendo o grande ponto forte até boa parte das rotas. Depois disso, fica um drama bem exagerado, mas se formos colocar numa balança o fator de coisas exageradas que o otoge proporciona, ficou num equilíbrio bom. No fim, a melhor parte da experiência, para mim, foi ver como a Hibari se desenvolve e sai da sua rede de proteção, aprendendo a viver e aproveitar mais a vida.

Arte

A princípio, eu estranhei a arte do jogo, não é tão comum, ao menos nos otoges, uma arte que o sombreamento seja todo preto, assim como quadrinhos americanos. Ainda assim, achei muito bonito todos os CGs e os sprites dos personagens, dando uma relevância para a roupa casual da Tsumugi (Gente, ela é uma lolita gótica!!!!!). Cada roupa apresentada era uma boa representação dos personagens, de sua personalidade como um todo.

Os cenários, apesar de eu achá-los bonitos, também não vejo nada demais neles. É aquilo, né? Tradição e modernidade, dia-a-dia da vida da Hibari, etc etc. Nada de novo, nada de inovador, tudo sendo aplicado conforme o ideal.

Os CGs com os personagens como chibis são uma gracinha e reforçavam bastante o tom de comédia quando necessário. Também complementaram muitas cenas, onde geralmente as VNs não dão tanta atenção quanto gostaríamos. Foi um toque bacana a VariBari, que mostra quanto carinho e atenção tiveram ao jogo em sua produção.

Música e Dublagem

Assim como os cenários, eu achei a trilha sonora de Varibari bem “tradição e modernidade”. Tudo nos eixos, nada fantástico, que entrega aquilo que propõe. Tem algumas faixas que grudam na cabeça, mas nada tão icônico a ponto de te deixar doido por elas. Passa uns dias e você esquece delas naturalmente. A opening, que foi feita pela banda “Suemitsu & The Suemith” é muito divertida e a música está disponível no Spotify. Recomendo muito dar like nela.

Já a dublagem é ótima, temos um time de grande peso no cast. A própria Hibari é dublada e a Fujita Saki deu um show, entregando muita personalidade e carisma à nossa protagonista. Também gostei muito da voz da Akahori Kanoko como a Arimura. Era uma dubladora que não conhecia e tem poucos papeis feitos, mas espero que futuramente a gente possa encontrá-la mais por aí. Sobre os rapazes, eu não tenho uma reclamação sequer para fazer deles. Todos muito bem dublados, um time competente demais por trás na construção de cada.

Sistema e Interface

Assim como todo o resto, a interface e sistema de VariBari lembra bastante “tradição e modernidade”. Ele mistura um minimalista com cores fortes, que chega aonde você estão vendo. A tela de configurações é como a de todos os otome games, dando todas as ferramentas de sempre, como desligar voz de algum personagem, trocar a velocidade do texto etc. Quando você acessa alguma coisa do menu, você escuta um personagem aleatório falando algo. A Aksys arrasou dessa vez, porque o jogo já estreou com a tradução do que os personagens estão falando nesses momentos.

Entrando na Gallery, você consegue acessar todos os boards/flowchart do jogo, assim como os CGs, o sistema de mensagens WHIS e as gravações do RABI. No momento decisivo das rotas, rola uma cena chamada “Barricade Battle”, que mostra o seu desempenho com as escolhas, se você foi bem romanticamente ou não. É uma animação engraçadinha, com o LI batendo na barreira da Hibari, vendo se a derrubava. Eu assistia a todas com um risinho no rosto.

Com exceção da True Route, todas as rotas estão disponíveis para fazer, da ordem que você quiser. Eu, particulamente, só vejo como necessário deixar a rota do Ichiya para o final por conta de todas as revelações, mas a dos outros rapazes dá pra fazer na ordem que você quiser que não vai influenciar sua jogatina.

Ao terminar as rotas, temos CGs extras sendo liberados na aba de Illustrations. Eles são muito bonitos e possuem variações. E são muitos! Só de CG comuns, são mais de 150. O jogo dá um banho na quantidade de ilustração a oferecer. E nessa versão do switch também temos um after de cada rapaz depois do término de cada rota. Cada um nos dá um CG do momento do casamento deles! A do Nayuta foi a minha favorita, mas achei a do Ichiya bem tocante também.

A partir deste menu é possível acessar diversos extras, como CGs, músicas e os vídeos do jogo.

Biases

Por incrível que pareça, o Nayuta foi meu rapaz favorito do jogo inteiro. Eu achei que meu favorito seria o Taiga, mas quando ele começa a ser um covarde na rota dele, o charme que ele tinha feito em mim foi ralo abaixo. Eu fiquei muito decepcionada mesmo, foi como um banho de água frio, até porque minha expectativa com ele estava lá em cima.

A rota do Shion foi um pesadelo para mim, eu não via a hora de terminar ela, a manipulação me incomodou muito. Também gostei muito do Ichiya, tirando o seu final. Se não fosse aquilo tudo, eu provavelmente gostaria mais dele. A Tsumugi e a Arimura são ótimas amigas, com um destaque especial na nossa gótica lolita. Ela é otaku, fujoshi, lolita, gótica, a lista vai. Ela é simplesmente o máximo e não deita pra ninguém também! Se alguém tentar fazer algo contra a Hibari, ela vai se envolver e proteger a protagonista com unhas e dentes.

Conclusão

Eu sinto que, com Variable Barricade, eu nadei, nadei, nadei e acabei morrendo na praia. Eu tinha uma expectativa muito grande por todos os comentários que via sobre ele desde quando fora lançado para Ps Vita anos atrás. E até a rota comum estava tudo muito bom e divertido, até que adentrou em todo o drama particular de cada rota, em que algumas fizeram os pelinhos da minha nuca se arrepiarem.

Achei que a tradução estava muito boa! Algumas pessoas podem se incomodar com as escolhas feito para o Taiga, mas eu particularmente achei que encaixou bem, com todo a forma descolada e informal que ele tem de falar. E também não lembro de ter passado por nenhum bug enquanto lia, então muitos pontos positivos para a Aksys! O lançamento foi perfeitinho demais.

Para finalizar, acho que esperei demais de algo, quando eu sei que não se deve confiar cegamente nas opiniões na internet. Se eu tivesse começado a ler com uma opinião mais neutra, talvez eu não fosse me sentir decepcionada da forma que eu me senti a medida que fui lendo o jogo. De qualquer forma, depois do choque inicial com a True Route e analisando friamente, eu acho que ele finalizou da forma correta. O foco era no desenvolvimento da Hibari e assim ficou, não precisava de mais extras nisso. Eu acho que não recomendaria o jogo para pessoas que não tenho afinidade, a não ser que eu conheça muito bem os gostos de quem eu estou conversando com. Mas se for para comparar com outros jogos otoges que temos por aí, VariBari está bem acima da média daquilo que temos disponível. Então se você tem condição, tente ler. Tendo um pé mais no chão, capaz de você curtir o otoge mais que eu.

Nota geral: 7.0

Thanks to Aksys Games for support our job! <3

Nota: Por favor, caso queira comentar spoilers, coloque um aviso no começo do comentário!

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