Review – Olympia Soirée (Análise com e sem spoilers)

Acompanhe a história de Olympia, uma garota à procura de seu verdadeiro amor com o objetivo de manter a própria linhagem, em meio a uma terra repleta de rígidas regras e problemas sociais. Será que a jogatina vale a pena e cumpre o que promete? Leia a análise em seguida para descobrir!

Se você quer saber mais a respeito da sinopse e personagens, confira primeiro nosso post Olympia Soirée – História, personagens e guia de rotas para se ambientar melhor. Essa análise tomará como base que você tenha ciência dos detalhes apresentados no post mencionado.

Avisos:

  • Este post contém spoilers! Recomendado para quem já jogou ou para quem não teve/tem a oportunidade de jogá-lo. Se você quer saber o mínimo de informação sem spoilers para decidir se vale a pena jogá-lo, leia a partir do tópico História.

  • Este texto contém opiniões pessoais e não reflete necessariamente a visão de todas as integrantes do Otomices

Guia e acesso rápido aos tópicos:

Ficha Técnica

Olympia Soirée
Título Original: オランピアソワレ
Tipo:
Otome Game
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento original: 16/04/2020
Desenvolvedora: Otomate
Publicadoras: Idea Factory Co., Ltd. (JP) / Aksys Games (EN)
Escritora: Katagiri Yuma
Character designer e artista: Satoi
Diretor: Tanabe Wataru
Classificação etária: 17+
Site Oficial | Opening | Post conheça com guia de rotas 

No início do game a Olympia, que vive na mansão do líder do clã Amarelo, completa 18 anos e está apta para ir em busca do seu futuro esposo e pai dos seus filhos, que darão continuidade à linhagem do clã Branco. Ao mesmo tempo, a garota cumpre o seu papel de manter o sol brilhando, oferecendo em um ritual de dança, Shous para a deusa da luz, Amaterasu. Shous são pessoas falecidas transformadas em pedras brilhantes, que são utilizadas para diversos fins na terra onde Olympia vive.

Antes sempre reclusa na grande mansão, agora a garota sai do casulo e conhece diversas pessoas, dentre elas, os candidatos amorosos do jogo. Enquanto isso, ela descobre que a sociedade ali presente é mais dura e cruel do que imagina, desejando, além de encontrar o seu amor, partir em busca de mudanças positivas para os mais excluídos.

Personagens

Olympia (Protagonista)

Eu adorei a Olympia! Diante da descrição oficial do jogo sobre ela, esperava que a heroína pudesse ser muito passiva e bobinha romântica, mas ela possui um balanço ideal de personalidade e teimosia. Por diversas vezes ela não fica parada ao presenciar uma injustiça com as classes mais baixas, ela é muito justa e empática com a situação dos outros.

Olympia facilmente se apaixona, então para algumas pode até parecer muito rápido o surgimento do interesse da garota no candidato em questão. Mas considerando que o contexto da história é mais ou menos o mesmo que os anos 1800 e bolinha, com garotas cortejadas e sendo apresentadas à sociedade quando atingem a maioridade, você entende porque em duas semanas apaixonada, a Olympia já pensa em se casar com tal rapaz. Além disso, durante toda a sua vida ela recorda da sua mãe apaixonada e pedindo para ela prometer de se casar apenas com alguém que ela de fato ame. Então sim, Olympia almeja ser amada e é pura e inexperiente com seus sentimentos, assim como a maioria dos jovens na idade dela.

Enfim, é uma heroína muito agradável. Questionadora e corajosa, ao mesmo tempo que apaixonada e ingênua. É interessante ver nas rotas que, à medida que a garota vai conhecendo o mundo, ela fica um pouco mais forte.

Riku

Riku é um rapaz que recebeu educação de uma família nobre e deve seguir o seu papel como futuro líder do clã Azul, portanto, é um personagem muito polido e certinho, o que pode tirar um pouco a paciência de quem prefere um rapaz mais ousado (foi o meu caso, cof). Muitas vezes o Riku fica constrangido quando se envergonha, é fofo de se ver e rende umas risadinhas. Apesar do interesse mútuo surgir muito rápido, o desenvolvimento inicial foi um dos melhores, porque praticamente os dois se apaixonam à primeira vista e só precisavam de alguns momentos juntos para firmar esse interesse. Então, as cenas de interação iniciais foram convincente e naturais.

No entanto, a rota deu seus sinais de mudanças. Eu tava curtindo a ideia do amor impossível dos dois, pois todos ao redor do Riku diziam que ele tinha o dever de gerar descendentes do clã Azul, e junto com a Olympia, isso seria impossível (mulheres do clã Branco só geram filhas Brancas). Fora que a rota comum mostrava um potencial do Riku ser aquele perfil que não gosta da plebe e a Olympia o faria enxergar as coisas de forma diferente, mas a real é que o rapaz sempre seguiu ordens e repelia pensamentos preconceituosos. No fundo, ele era muito aberto a ter compaixão e empatia com as classes mais excluídas, e na metade da rota nós descobrimos o porquê disso, seus verdadeiros pais, já falecidos, foram exilados no Yomi como criminosos, pois geraram um vínculo sendo de classes proibidas para se relacionarem entre si. Não foi algo tão surpreendente, apesar de ter sido interessante.

A ideia do casal ir contra as regras estabelecidas para ficar junto foi para o ralo depois de um acontecimento, que no final das contas gerou um acordo entre os líderes para que os dois noivassem. Meh. Ainda rola um pouco de drama do Riku só se permitir trocar carícias com a Olympia após ele resolver o que impôs pra si mesmo. Fica um pouco chato nesse sentido, pois Riku várias vezes se repreende e se pune além da conta. Mas, considerando a educação que teve, juntamente com seu passado e personalidade, dá pra entender.

Em relação ao problema a ser resolvido da rota, foi super decepcionante pra mim. No início você até pensa que o vilão pode ser a lady Shura (a líder atual do clã Azul), já que ela é contra o relacionamento dos dois e é meio dura com a Olympia, mas o “malvadão” é o doutor Sakyo. Não chega a surpreender porque ele também foi muito duro contra o relacionamento do casal. A forma como ele expressou suas motivações não convenceu muito. Ele não mostra resistência e o Riku o salva de cometer um suicídio. O drama do doutor Sakyo e Riku poderia ser melhor explorado, pois os dois possuíam uma ligação. Deu a impressão de que foi fácil resolver o problema da rota. Quero dizer, não houve grandes emoções e aconteceu rápido. O grande momento de amor do casal foi legal, mas Riku foi o único garoto que não recebeu uma CG da Olympia com o cabelo totalmente tingido na cor do amado. Sacanagem, hein.

O máximo de cabelo tingido de azul da Olympia que você vê na rota…….

Em resumo, a rota começou ótima e ao longo dos acontecimentos ficou morna. Como a Olympia se relaciona com o futuro líder do clã Azul, um dos clãs mais nobres, é normal haver conflitos de pensamentos sobre o sistema de classes. Eu gostei que o Riku encara a dura realidade dos mais desafortunados, o que faz ele aceitar seu passado e ir contra o que sempre lhe falaram. Mas a segunda metade da rota não houve grandes problemas, o casal que antes era impossível, não era mais, por uma conveniência; o vilão foi fácil de ser “vencido”; e a Olympia durante a reta final só ficou de espectadora mesmo, servindo apenas de “inspiração” para o Riku. Meh. Também não gostei que não houve mudanças práticas na sociedade, já que é um tema constantemente explorado no enredo de todo o jogo. Só ficou aquela promessa de um futuro melhor com o Riku sendo o líder dos Azul. A rota foi ok, mas deixou um gostinho de “queria mais”.

Tokisada

Tokisada é um Outsider – uma pessoa que veio de outro lugar e chegou na Ilha Tenguu – naturalizado no clã Verde, portanto, muitos esperam que ele seja uma espécie de deus sábio, assim como os líderes dos clãs Vermelho e Amarelo. Isso faz o rapaz de 17 anos ser alvo de muita pressão e também o faz se cobrar bastante. Por isso ele demonstra muita insegurança e necessidade de ser visto como um homem e não como um garoto. Tokisada procura seu papel na ilha e possui um trauma do passado, que o atormenta quando vem à tona.

A Olympia muitas vezes parece a senpai do Tokisada, porque ele não consegue deixar de agir como um garoto mais novo, apesar de tentar. O fato dele se oferecer a ser o marido de Olympia logo no começo da rota, com argumentos embasados na lógica e porque o atual líder do clã Verde o orientou a fazer isso, me soou muito forçado. Claramente Olympia não tinha um pingo de interesse nele e se pega numa situação que ficava difícil dizer não. Mas é bem previsível que ela acabasse se apaixonando pelo Tokisada, já que o próprio já possuía um crush nela. Pessoalmente, achei sem graça esse início, porque você não espera para saber como eles vão se apaixonar (já que estavam no “cortejo”) e sim quando seria o primeiro beijo, kkkk.

Diferente da rota do Riku, o problema da história e vilão se mostram mais presentes ao longo dos acontecimentos, mas assim como a rota anterior, a solução decepcionou, pois foi resolvida na base da conversa, sem grandes momentos de tensão ou emoção. O pior de tudo foi ver o Kanan, o jornalista líder do clã Laranja e vilão da rota, ficar ileso de qualquer punição física, seja do Tokisada ou do acaso de um acidente, pois ele é o personagem mais filho da mãe do jogo e merecia um final à sua altura. A rota não deixa 100% claro as motivações do Kanan, e é preciso ler a carta dele que é liberada nos extras do jogo para entender melhor seu rancor por Olympia (bem como liberar o primeiro final ruim, que rendeu esse CG plot twist. Clique por sua conta e risco). Meh.

Em relação ao ritmo da rota, achei que algumas cenas próximas ao fim só estavam ali para cumprir tabela, elas exploravam um tempo além do necessário só para que o clímax demorasse a acontecer. Sobre o drama e insegurança do Tokisada, eu gostei que a Olympia de fato teve atitude para impedir que o garoto realizasse qualquer besteira e quebrasse de vez. Ela estava ao lado dele no pior momento do Tokisada e isso rendeu uma cena de amor até que satisfatória. Por incrível que pareça, o Riku conseguiu ser mais virgem que o Tokisada, kkkkk.

Em resumo, a primeira metade da rota foca em eles se conhecendo mais e se apaixonando, enquanto os problemas e vilão vão dando sinais de vida. Não gostei da forçação inicial do Tokisada na Olympia, mas gostei que houve um desenvolvimento do personagem, que ao final da rota fica um pouco mais maduro e confiante de si. A cena de amor foi satisfatória e bem posicionada no enredo. A reta final para o vilão se revelar foi previsível, não houve surpresas, e o desfecho final contra ele foi decepção total. O problema é que as motivações do Kanan não ficam muito claras, é preciso ler os extras – fora da rota – dele e do Kaina (irmão do Kanan) para entender melhor o contexto, o que achei um ponto bem negativo. Nessa rota a Olympia consegue agir mais, ser menos espectadora, principalmente na hora de dar suporte ao Tokisada e perceber as artimanhas do Kanan. Porém, assim como a rota do Riku, não houve mudanças práticas na sociedade, só a promessa de um futuro melhor com o garoto sendo o líder do clã Verde. Nessa rota já começamos a levantar algumas dúvidas sobre o mundo no qual a Olympia vive e como ele funciona, gostei dessa espécie de enigma que fica solto no ar.

Yosuga

Yosuga é um cara calmo e maduro, e mesmo em outras rotas ele sempre dá suporte à Olympia, o que é muito fofo de se ver. O ar misterioso e prestativo dele esconde uma tristeza e ressentimento pelo que aconteceu com seu clã e família no passado. O amor que surge entre o casal é bem natural.

Felizmente, há pequenas surpresas pelas quais você não espera, e tive a impressão que o personagem foi o que teve passado e motivações mais desenvolvidos do jogo. Nessa rota há revelações que ajudam você a descobrir um pouco mais sobre o universo da história. Na metade, há uma virada de chave na atitude do Yosuga que pode surpreender algumas (não me surpreendeu kkk), e nesse ponto as coisas podem ficar beeem confusas, além de algumas cenas parecerem pura enrolação. Mas no final, tudo faz sentido, o que me agradou e não ao mesmo tempo, porque é como se você precisasse jogar tudo de novo com esta nova visão para entender melhor os acontecimentos antes confusos e aparentemente sem sentidos da rota.

Ainda sobre este ponto da virada de chave, o Yosuga pode não agradar algumas, pois ele mostra a Olympia que sua tristeza profunda o faz desejar a própria morte, resolvendo usar a garota para implementar esta vontade. Já que ela diz que não conseguiria fazer isso e a atitude cativa o rapaz, ele rapidamente muda de ideia e resolve bolar um plano para capturar e punir os responsáveis pela morte de toda a sua família e clã dos Roxo (wtf, Yosuga, te decide kkk). E pra isso, chegando no mesmo ponto das rotas anteriores, os dois ficam “noivos” por conveniência, antes mesmo de acontecer um beijo ou confissão amorosa. Por mais que o noivado seja falso, ainda utiliza o mesmo recurso explorado em outras rotas. E como se não bastasse, o Yosuga não sabe se o que sente pela Olympia é um interesse do amor que nutre por ela ou um interesse do ódio que supostamente ele deveria ter das mulheres do clã Branco (o porquê desse ódio é explicado na rota).

Bem, esse drama não dura muito, ainda bem, pois é bem óbvio que o interesse dos dois é recíproco e amoroso. Na reta final ele consegue levar seus alvos, a lady Shura e o doutor Sakyo, para a casa de banhos e entender o que de fato aconteceu com sua família no passado, confirmando o verdadeiro responsável por toda a tragédia do seu clã. Eu gostei que a Olympia não fica de espectadora, a presença e pensamentos dela ao longo da rota são fundamentais para que o Yosuga não seja levado pelos sentimentos de tristeza e vingança. E mesmo no clímax entre os supostos vilões, é ela quem resolve tudo, conseguindo, além de literalmente salvar a vida do Yosuga, mudanças práticas para a sociedade, como uma escola no Yomi e a permissão de alguns habitantes deste lugar visitarem a superfície, por exemplo.

Essa cena foi um amor! <3

Em resumo, essa rota começa boa, com um interesse mútuo surgindo aos poucos. Na metade acontece uma virada de chave que por um tempo deixa tudo muito confuso e aparentemente sem sentido, inclusive decaindo um pouco o ritmo do enredo, mas que no final é devidamente explicado. Gostei que de uma forma indireta o casal tinha uma ligação desde pequenos, o que explica também as atitudes positivas do Yosuga na Olympia desde a rota comum. Apesar dele ser bem menos ousado do que eu esperava, seu jeito calmo e gentil me agradou bastante. Assim como na rota do Tokisada as coisas se resolvem na base da conversa com os “vilões”, mas aqui achei aceitável, pois os personagens em questão nesta rota não eram malvadões de fato, eles apenas estavam indo atrás de objetivos positivos por caminhos negativos. Amei que houve mudanças práticas na sociedade, o que fez jus às cenas tristes e duras que presenciamos dos habitantes do Yomi e o preconceito das classes mais altas.

O passado do Yosuga e as motivações do inimigo foram bem exploradas, e o final romântico do casal foi doce. Ao menos eu posso morrer em paz porque o epílogo matou o meu gostinho de ver os dois na banheira namorando (esperei por esse momento desde a rota comum, kkkkkkk). Menção ao primeiro final ruim, que, mesmo sendo triste, facilmente poderia ser um final alternativo agridoce, foi tragicamente lindo.

Kuroba

Kuroba é o rapaz mais de boa dos candidatos, ele costuma brincar com a Olympia e constrangê-la como forma de diversão, e esse jeito meninão literalmente faz parte da personalidade dele. Que a Olympia é fácil de se interessar pelos rapazes nas rotas é um fato, mas na do Kuroba é onde ela atinge seu recorde, kkkk. Apesar disso, não parece que é do nada, pois o Kuroba, assim como o Yosuga, são os rapazes que mais aparecem e interagem com a garota na rota comum do jogo. O romance desenvolvido foi gostosinho, bem fofo, finalmente houve beijo antes de alguém ousar em falar de noivado! Na história do Kuroba realmente há uma espécie de namoro antes do casamento, o que me agradou bastante e rendeu uma CG maravilhosa, cof.

Eu digo que esta é a rota shoujo do otoge, pois o desenrolar do enredo se dá de uma forma mais ou menos previsível, com elementos comuns deste gênero, como mal-entendidos ou alguém tentando interferir na felicidade do casal. Além deste personagem que tenta desposar Olympia na base da manipulação e de um quase “estupro consentido” (o que rende uma CG que te faz achar que caiu numa fucking bad ending), existe a busca da cura do haku – uma doença altamente contagiosa que faz a vítima perder sua cor e pedaços do corpo – por parte do Kuroba.

Em relação ao ritmo dos acontecimentos, houve um draminha básico do Kuroba se afastando da Olympia pelo bem dela, fazendo-a acreditar que ele só estava a usando, mas tudo fluiu muito bem. Diferente das rotas anteriores, não houve cenas que aparentavam ser enrolação ou um meio de tornar a rota mais longa, tudo aconteceu de forma coesa sem deixar o jogador confuso ou se perguntando de determinados momentos. Isso tornou a rota bem tranquila de se jogar, mas, comparando com as outras histórias, faltou um enigma e emoções maiores.

Ainda assim, a rota é gostosa de se jogar. Kuroba foi direto em demonstrar seu interesse pela Olympia quando percebeu que ela não se dava conta de seus flertes, e também faz do tipo que não se envergonha de trocar carinhos. A revelação da origem do Kuroba te faz ficar surpresa de uma forma cômica, pois o que é descoberto, de certa forma, estava bem óbvio na nossa cara (ele originalmente ser do clã Amarelo). O roteiro consegue entregar com satisfação essa saga do doutor atrás da cura da doença que atormenta toda a Ilha Tenguu e Olympia o ajuda nessa missão. A reta final se desenrola sem surpresas, e Kuroba ganhou meu respeito por ter sido o único homem do jogo a oferecer o verdadeiro tratamento que um vilão merece, um belo soco na cara (eu achei foi pouco, aliás).

Em resumo, essa rota é ok e, apesar de não ser ruim, acho que o enredo poderia conter mais mistérios e menos previsibilidade. A Olympia toma um papel parecido com o que tem na rota do Tokisada e Yosuga, apoia o seu amor, e a sua presença e forma de pensar faz com que o rapaz não tome um caminho obscuro. A sua atuação é mais eminente no auxílio da cura do haku. Por Kuroba ser da classe de cor mais baixa de todas, imaginei que eles pudessem receber um maior preconceito e dificuldades para ficarem juntos, mas não foi difícil assim. O único empecilho entre eles era o tal carinha que de forma obsessiva queria ser o escolhido da Olympia. Os problemas causados pelo sistema de cores nas pessoas que moram no Yomi é bem presente, e curti que eles conseguem instalar uma clínica médica no lugar para representar uma mudança, além da própria cura do haku que fora alcançada. Houve um pouco de revelação do passado de Kuroba e desenvolvimento do mesmo, mas, poderia ter sido mais trabalhado.

Final feliz do shoujo <3

O enredo da rota apontava tanto para um único final (o bom), que os outros finais (ruins) foram muito sem sentido e convenientes para que o pior acontecesse. No geral, a rota é tranquila, agradável de se jogar, mas ela deixa aquele gosto de que faltou algo pra torná-la mais intrigante, tendo em vista o nível de mistérios e tensão que testemunhamos nas outras.

Himuka

Himuka é tímido e possui baixaestima, mas as reações quando o garoto entra em pânico envergonhado acabam sendo mais engraçadas que qualquer coisa. A quase não aparição dele na rota comum faz jus ao mistério que exala do rapaz. Até que a desculpa dele aparecer mais para Olympia em sua própria rota convence, apesar de parecer conveniência do acaso no início. Irrita um pouco o fato do Himuka a idolatrar muito no começo da rota, como se ela fosse uma deusa, e mesmo que próximo ao final você descubra o motivo pra isso, a irritação já andou pelo seu corpo.

A rota começa normal, a Olympia se apaixonando por ele naturalmente, entendendo como funciona o melancólico trabalho funerário do rapaz, querendo o conhecer melhor e vice-versa. Então chega uma revelação que deixa o enredo interessante, mas logo tudo parece voltar ao normal, como no início da rota. Até que mais uma reviravolta chega e lá vamos nós de novo. Essa rota foi a que mais apresentou uma montanha russa de altos interessantes e baixos desinteressantes. Mas é a partir desta rota que questões mais importantes do mundo onde a Olympia vive são tratadas com maior detalhes, e Himuka é parte relevante dessas questões, pois ele teve um papel primordial na criação deste universo.

Dito isso, sabe quando é necessário apresentar as explicações de dúvidas criadas ao longo da jogatina mas pra isso a protagonista precisa se relacionar com um dos personagem chave? É o que acontece na rota do Himuka. Eu senti que ela é mais para revelar os enigmas que rondam o contexto da história geral do que desenvolver um romance de fato. Esse amor que surge é sim convincente mas quase não existe momentos e diálogos românticos, o que pode frustrar as jogadoras que se interessarem pelo Himuka.

Pelo menos o desenvolvimento do personagem e a revelação do seu passado são satisfatórias. Eu gostei que o problema real da história não era algum empecilho para o casal ficar junto (apesar do drama para isso existir), o que estava acontecendo na ilha era muito além deles e envolveu todos os personagens. Quer dizer, algo além da Olympia e Himuka estava rolando. O Hairi, um garoto rebelde do Yomi que sempre foi ressentido com as classes mais altas, foi uma grande surpresa de vilão nesta rota. Mas não gostei do tratamento narrativo final que ele recebeu, pois Hairi teve um papel importante em apresentar os conflitos da história e representar o que o sistema no qual viviam poderia causar em crianças como ele. E simplesmente o garoto some após o clímax, daí você descobre o que aconteceu com ele em um único trecho de diálogo, sendo preciso ler sua carta nos extras do jogo para se contextualizar. Esperava ao menos uma redenção, porque ele tinha potencial de mudar.

Os acontecimentos próximos ao final e o final em si foram o ponto baixo da rota pra mim. Em termos de revelações e motivações foi ótimo, mas a forma que tudo foi executado soou muito apressada e jogada de uma só vez, o que deixa qualquer uma o verdadeiro meme ambulante da Nazaré. Você descobre quem estava manipulando o Hairi; como o Himuka é parte relevante da criação do mundo da Olympia; qual a ligação entre o casal e a deusa Amaterasu; porque diabos o Kanan faz participação especial no papel de vilão; assim como descobrimos a verdadeira forma do Himuka. Achei que o número excessivo de diálogos e revelações feitas em meio ao clímax o deixou um pouco travado. O que era pra acontecer demorou para acontecer. Após ficar de espectadora no clímax, bem no final a Olympia tem um papel importante para que Himuka volte ao seu lado depois de ter se sacrificado por ela, mas pessoalmente, achei a resolução muito rápida e conveniente de ser atingida. Foi muito entregue no prato para a garota.

Em resumo, a rota de altos e baixos parece servir mais para revelar uma base de informações para a história geral e rota final (do Akaza), do que de fato desenvolver um romance entre a Olympia e o Himuka. Apesar disso, os dois são fofos juntos e o romance que nasce dá pra convencer. O garoto é bem respeitador e fácil de você simpatizar. Nessa rota, a Olympia praticamente não tem um papel ativo relevante, ficando mais de espectadora e servindo de inspiração para o Himuka fazer o que faz. O final feliz me pareceu bem Disney, onde o poder do amor e da bondade faz qualquer coisa ser possível. Foi bem duro saber da realidade do Hairi, e tendo em vista essa e outras dificuldades das classes mais baixas, o casal junto no final, apenas com a redundante promessa de um futuro melhor abstrato na sociedade, foi decepcionante.

Akaza

Enquanto o Tokisada força um cortejo/romance de forma passiva, o Akaza faz a mesma coisa em um modo passivo agressivo, kkkk. Bem, o futuro líder do clã Vermelho pode irritar algumas no começo da rota, porque de um jeito metódico, educado e insistente, ele oferece o seu amor para Olympia, quando na real ele conseguiria conquistar fácil a garota sem precisar empurrá-la na parede. Apesar disso, o romance não se desenvolve de um jeito tão ruim quanto parece. É até fácil. Existe um orgulho e receio bestas da Olympia tentar rejeitar os sentimentos pelo Akaza, mesmo nos momentos onde ela claramente mostra interesse por ele (sono). Dá pra entender que criaram esse draminha básico para que ela continuasse tentando rejeitar os sentimentos do Akaza, até de fato aparecer um real motivo para isso. Mas né, que o primeiro motivo fosse mais convincente.

Não adianta dar uma de difícil quando tu já aceitou um date à noite no meio do oceano, Olympia, kkkk

Bem, a primeira metade da rota foca no desenvolvimento do romance e em pequenas faíscas de problemas que poderão surgir com a união de um Vermelho com uma Branca. A máscara de alguns personagens cai nessa rota, podendo surpreender. No contexto desse enredo, o Himuka, por exemplo, revela um lado que pode te gerar um certo ranço, assim como o Tsukuyomi. Este em específico até se transforma em um vilão passivo agressivo em um dos finais ruins. As motivações do Tsukuyomi não querer a Olympia com o Tokisada porque o rapaz é descendente do deus que matou a deusa Amaterasu são plausíveis, mas podem irritar. Tanto que esse personagem caiu no meu conceito na rota do Akaza, que embuste.

Algumas cenas na rota acontecem apenas para cumprir tabela, até que, enfim, um momento de tensão relevante ocorre na história, dando um rumo melhor na segunda metade. Para a minha felicidade, a cena de amor não foi o prêmio final da rota e a CG merece uma menção honrosa da minha parte. O que foi aquilo, minha gente? O que o Akaza tinha de rapaz polido se transformou no garoto devassa. Nota 10, e que pena que as outras rotas não tiveram esse mesmo tratamento em termos de paixão (e sons de beijo apaixonado, cof cof).

Gatilhos do dummy head mic de Diabolik Lovers, dasdkaeaqoe (ainda mais com o visual do Akaza lembrando o Ayato, amo)

Eu gostei que além do Akaza, foram desenvolvidos e revelados também o passado de outros personagens, assim como o restante da história que gerou a estruturação de cores no mundo e os deuses envolvidos. Pasme, até a governanta que cuida da Olympia na mansão do Douma (o líder do clã Amarelo) foi explorada. O problema causado na ilha a partir da união do casal foi bem aproveitado desde o começo, e como mencionei antes, a rota do Himuka também serve de base para entendermos melhor os enigmas da rota do Akaza. Dessa vez, a Olympia agiu, e junto com o seu amado, eles conseguiram impedir do mundo cair em escuridão por conta da deusa da escuridão.

Curti que durante a rota, o medo do Akaza de talvez matar a Olympia fica rondando no ar, e o que parecia ser improvável acontece no clímax. O Akaza se vê numa situação onde seria necessário matar a garota, pois a maldição da deusa da escuridão estava dominando o seu corpo. E diferente do que aconteceu com o amante desta deusa no passado, o Akaza não rejeita a Olympia por estar feia e imunda. O amor vence, afinal, e a deusa da luz/sol, Amaterasu, desperta para salvar tudo e todos.

Por mais que o clichê do amor vencer tudo tenha sido utilizado, na rota do Akaza foi bem mais convincente do que na rota do Himuka, pois no calor do momento, era eminente que um milagre pudesse acontecer. Apesar do final conter apenas a promessa de um futuro melhor, o despertar da deusa Amaterasu representou bem a ideia desse novo futuro. Algo prático de fato aconteceu, o que poderia mudar o pensamento das pessoas naquela sociedade.

Com toda a certeza, a rota do Akaza deve ser jogada por último, porque ela revela tudo e responde quase todas as dúvidas. Sim, “quase”, porque apesar de tudo o que é explicado alguns buracos ainda ficam soltos ao final da jogatina. Em pequenos momentos a rota fica parecida com a do Himuka, o que achei redundante, mas não chega a ser um problema. O romance entre eles é bom, mas como nasce a partir da insistência do Akaza, não é dos melhores do jogo para mim. Eu queria ver o Akaza se soltar mais, coisa que ele só faz nos momentos de tensão e emoção, mas enfim, faz parte também da personalidade do personagem. Um dos pontos altos da rota é a revelação sobre a família da Olympia, que, para as atentas, dá um gostinho de “eu sabia!” e para as desatentas é uma bela surpresa, e, para as mais melosas como eu, umas lágrimas, kkkk.

História

Olympia Soirée é um otome game que possui um potencial muito bom mas que infelizmente não é devidamente explorado. É evidente que o sistema e estruturação social sob o qual os personagens vivem foi muito bem elaborado pelos roteiristas. Na rota comum é normal ficar confuso e precisar consultar o glossário para entender melhor certas regras e categorias. Além disso, a Olympia se vê em um lugar com muitos problemas sociais, de deixar qualquer um indignado. Você espera que essas questões sejam bem exploradas nas rotas, já que constantemente são apresentadas para você.

Acontece que estas mudanças e melhorias na sociedade de fato só são presenciadas com mais empenho nas rotas do Yosuga e Kuroba, talvez por eles serem mais ligados às classes baixas. Mas ainda assim, eu acho que o jogo pede por estas mudanças nas histórias dos seis rapazes. É frustrante ver algumas situações desumanas e no final da rota ser oferecido apenas uma esperança de futuro melhor porque a Olympia se casa com um futuro líder de uma classe nobre.

Personagens secundários importantes são bem explorados, você consegue simpatizar e odiar alguns com sucesso. Eu gostei que tem um bom número de personagens secundários, não parece que o mundo é composto apenas pelo elenco principal, isso dá um bom ritmo no enredo. Menção honrosa ao Kaina e Asuha. Eles merecem o melhor! Acho que algumas cartas dos personagens secundários, acessadas a partir do extra do game, possuem informações que deveriam estar na jogatina principal, pois são importantes para o entendimento da perspectiva deles durante certas rotas.

MEU POBRE GAROTO KAINA!! Quero colocar ele num potinho e guardar! i__i

As histórias das rotas conseguem ter um bom nível de diferenciação de enredo entre si, apenas as rotas do Himuka e Akaza que senti uns pontos similares, mas é provável que tenha acontecido porque as duas são responsáveis por entregar boa parte das explicações dos mistérios do jogo. O que me deixou um pouco frustrada é que estas duas rotas finais oferecem um maior nível de tensão e problemas em relação às quatro rotas iniciais. Eu entendo que é comum haver rotas mais “verdadeiras” que outras nos otomes, mas senti que em Olympia Soirée as rotas dos garotos iniciais poderiam ter sido melhor exploradas, pois soou como se elas fossem menos importantes que a dupla final. Em algumas a resolução contra o vilão foi decepcionante, como a do Riku.

A história em geral possui uma boa base, eu gostei que o jogo se inspira em deuses da mitologia japonesa para criar a base do enredo. Os mistérios vão sendo soltos a partir da rota do Tokisada, mas em suma, eles são de fato apresentados e trabalhados nas duas rotas finais, deixando-as com uma carga de informação muito pesada. Preferiria que ao menos algumas coisas fossem soltas em outras rotas, até para gerar mais dúvidas e vontade de continuar a jogar para descobrir. Mesmo depois da última rota você ainda não entende algumas questões. Sim, buracos ficam soltos e certas explicações parecem que foram desenvolvidas nos 45 segundos do segundo tempo. Por todo o contexto que nos é apresentado, eu esperava mais.

Arte

A arte do jogo é bem trabalhada, tanto em character design como nos cenários de fundo. Satoi mais uma vez não deixa a desejar no visual dos personagens, é notório que há um trabalho dedicado e bem detalhado em suas vestimentas. A variedade de formatos de rostos, corpos e expressões, tornando cada personagem único, também é um ponto positivo.

Gente do céu, os detalhes! Preparados para abalar no Emmy

Porém, acho que alguns personagens secundários poderiam ter recebido um design, pois uns chegam a aparecer durante as rotas quase na mesma frequência que o Kaina e Asuha, personagens também secundários e que receberam rostos. O Hairi, por exemplo, aparece bem menos que a Masuhana dentre as rotas, mas ele ganhou rosto só porque foi relevante em uma das rotas e até apareceu em CG.

Os cenários são bonitos e bem detalhados, alguns enchem seus olhos quando vistos pela primeira vez, como o interior da casa de banho do Yosuga. Eu gostei que no visual do game há uma espécie de textura feita de pedras brilhantes, uma clara referência aos Shous. Principalmente nos ambientes externos, essa textura brilhante tornava as cenas mais prazerosas aos olhos.

Os CGs estão na média para mim. A composição de algumas é meio estranha, eu lembro de ao menos 3 onde a Olympia parece uma boneca sem movimentos. Pelo jogo ter recebido classificação 17+, eu esperava ilustrações mais calientes. Elas estão presentes, mas são pouquíssimas as que de fato conseguem te arrancar um “eitaaa” do Faustão. Contudo, ainda assim, a arte de Satoi agrada e acho que os momentos que receberam um CG foram bem selecionados, apesar de termos apenas 13 ilustrações por rota.

Música e Dublagem

A trilha sonora é um dos acertos de Olympia Soirée. O jogo possui uma boa quantidade de músicas para ajudar na ambientação da histórias, a maioria são memoráveis e boas de se ouvir. Os instrumentos que remetem a um Japão mais histórico são o destaque. A minha menção honrosa vai para a faixa “Hakujitsu”, uma leve e agradável música que deixa seu coração quentinho. A música da OP é boa, o refrão fica chiclete na sua cabeça, mas, particularmente, as músicas de encerramento não possuíam nada de mais. [Nico não conseguiu revisar esse trecho calada: “eu adorei o encerramento dos bad endings, Pix não sabe do que tá falando, kkkk”]

A dublagem também merece destaque. Tanto os seiyuus do elenco principal como do secundário conseguem transmitir a unicidade de seus respectivos personagens. Eu gostei da versatilidade do Horie Shun, em um momento sendo educado e falando baixo como o Himuka, e em outro o fazendo surtar de vergonha ou gritar que nem louco, kkk. Foi incrível ouvir o perfeito tom de voz da mascarada lady Shura; do inocente e fofo Asuha; e dos irritantes filhos da mãe Kaina e Hairi. Mas meus favoritos foram as atuações de Uchida Yuuma e Okitsu Kazuyuki, nos papeis do gracioso Yosuga e do misterioso Tsukuyomi, respectivamente.

Sistema e Interface

A interface é bem tranquila de se interagir, os menus possuindo configurações padrões de otome games, como opções de desligamento de vozes, modos skip e automático, galeria de imagens e músicas, etc. Ao zerar uma rota, a voz do personagem em questão é liberada, comentando algo após você selecionar qualquer opção dos menus principais. O bom da versão localizada é que a Aksys fez uma atualização após o lançamento e pôs legendas nestas falas.

Depois da rota comum, a jogadora pode escolher um dos 4 rapazes disponíveis. Após concluir todos, a rota do Himuka é liberada, que, uma vez finalizada, libera a rota final. É possível jogar qualquer rota a partir de qualquer capítulo, à medida que você for liberando-os.

Seleção de capítulos da rota comum // Seleção de candidatos após finalizar pela 1ª vez a rota comum

Os extras, além de possuírem short stories, que servem de epílogo para os finais bons, disponibilizam cartas de personagens principais e secundários à medida que você completa as rotas. As cartas possuem informações complementares que faz você entender melhor a perspectiva de alguns personagens, então é importante não deixar de conferi-las. E por fim, existe uma breve cena para cada candidato responder um questionário de perguntas básicas, como sua cor ou lugar favoritos. Particularmente achei desnecessário mas há quem curta o fanservice.

A partir deste menu é possível acessar diversos extras, como CGs, músicas e short stories

Biases

Antes de jogar e apenas lendo as informações oficiais do jogo, o meu interesse ficou no Kuroba e um pouco no Yosuga e Akaza, mas após a rota comum o meu primeiro lugar foi para o Yosuga e do posto ele não saiu mais. Aliás, minha rota favorita também é dele. Ele foi o rapaz que mais me agradou de todos, fui totalmente fisgada pelo modo gentil e calmo (ao mesmo tempo que sedutor) que ele tem com a Olympia. Uchida Yuuma fez um ótimo papel aqui, acho muito gostosinho ouvir a voz calma do Yosuga durante a rota.

O coitado do Kaina merece uma vida feliz depois de ter perdido o amor da sua vida e ser mandado para o Yomi como um criminoso. Toda vez que ele aparecia e ficava triste ou chorava eu ficava “MEU DEUS, GENTE, ALGUÉM FAZ ALGUMA COISA!?”. Confesso que eu queria uma rota do loirinho com a Olympia, kkkkk. Quer dizer, seria interessante ver ele superar a perda do seu amor e construir um novo, mas tomando como base o conceito de alma gêmea que a história carrega, seria impossível eles desenvolverem algo, já que a “outra metade” do Kaina estava morta. Meu segundo biase do jogo, com certeza!

Conclusão

De forma resumida, Olympia Soirée tem potencial de ser um jogo acima da média em termos de história e narrativa, mas acaba sendo medíocre. Os problemas sociais constantemente apresentados ao longo da rota comum e demais histórias clamavam por um mínimo de melhorias, o que não acontece na maioria das vezes e frustra. A Olympia se envolve no cotidiano e problemas gerados (ou existentes) do candidato em questão, ao mesmo tempo que toma ciência do sistema social de cores. Mas no final, na maioria das vezes, o foco sempre fica em volta do casal e dos problemas que os cercam.

Os candidatos em geral são carismáticos e bem diversos em termos de personalidade, é impossível você não ter ao menos um de quem se agrade mais. Mas me parece que faltou uma exploração digna do desenvolvimento e passado de alguns. A forma como o romance se desenvolve é satisfatória, mas os momentos de paixão poderiam ser mais gratificantes, considerando que um dos objetivos da Olympia é encontrar a sua alma gêmea e viver um grande amor. A protagonista é uma ótima surpresa, ela tem personalidade e coragem, mesmo sendo inexperiente e ingênua.

A sensação final é a de que faltou algo mais em Olympia Soirée. É um jogo que literalmente fica na média, não é ruim, mas também não é dos melhores, e a depender da sua paciência, você pode demorar um pouco e se arrastar para zerar, como aconteceu comigo. Seus pontos altos são a ambientação e estruturação social, que é bem amarrada e desenvolvida; a diversidade de personalidade dos candidatos; a trilha sonora; e a protagonista. Seus pontos baixos são a pouca exploração do potencial que o enredo, personagens e rotas possuem; algumas retas finais não apresentam grandes reviravoltas; flashbacks em excesso em determinadas sequências; e pontas soltas que ainda ficam ao final da jogatina.

Pessoalmente, recomendo comprar o jogo em alguma promoção da eShop ou por um preço mais baixo da mídia física. Se você pretende jogar Olympia Soirée, a minha dica é a de que você não possua altas expectativas, algo vai ficar faltando para você no final das contas.

Nota geral: 7.5

Um agradecimento especial ao @XAnimeGamer e @marcostoso_, que nos incentivaram a entrar em contato com a Aksys Games, tornando possível a conquista da nossa primeira chave digital de um otome game! <3

Thanks to Aksys Games for support our job! <3

Nota: Por favor, caso queira comentar spoilers, coloque um aviso no começo do comentário!

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