Depois de esperar ansiosamente pelo lançamento desse otome game, finalmente pude desfrutar um pouco da história e mecânicas e cá estou para falar da minha experiência!
Se você caiu neste post de paraquedas e quer saber mais sobre a premissa do game, ou seja, sinopse, personagens, e como funciona o sistema de gameplay, olha primeiro o nosso post Conheça de Bustafellows! Aqui eu vou contar mais da minha experiência e impressões que tive ao jogá-lo <3
Nota 1: Este texto foi feito baseando-se na versão para PC (Steam) do jogo
Nota 2: Este texto praticamente NÃO possui spoiler, mas SE você quer ter a experiência de jogar o prólogo e o 1º capítulo do jogo às cegas, sem saber absolutamente NADA, recomendo não ler, até porque fica difícil comentar do game sem soltar um tequinho do enredo
Nota 3: Este texto é pessoal e opinativo e não reflete necessariamente a visão de todas as integrantes do Otomices
Bem, eu já havia jogado a demo japonesa para o Nintendo Switch pra fazer o nosso post Conheça, então os primeiros momentos não foram novidade pra mim, com exceção de que dessa vez eu estava entendendo tudo que lia, kkkk. A interface do game de cara chama a atenção, pois ela simula como se você estivesse mexendo em um sistema top secret da polícia. Na real, a simulação é do sistema de inteligência artificial do Scarecrow, o hacker dos garotos. Achei uma sacada bem inteligente e que aumenta a imersão da história para o jogador.
Aliás, eu não posso deixar de falar isso no começo, porque literalmente você percebe essa característica desde os primeiros momentos do jogo: Tudo é feito para que você experimente uma visual novel com cara de série americana (ou um dorama asiático, para os mais íntimos). Desde sons ambientes, cenários com elementos animados, falas com lábios se mexendo, vista das costas de personagens, até capítulos com direitos a mini aberturas e CGs semi-animadas.
Até mesmo o que entendemos como glossário é transformado numa espécie de notas da Teuta, que é jornalista e eventualmente escreve informações de tudo que ela conhece e vivencia. Sim, o “glossário” é escrito em primeira pessoa. Enfim, a integração das mecânicas e interface com a ambientação do jogo merece destaque e ponto positivo. Quando vou jogar Bustafellows, posso facilmente dizer também que vou assistir Bustafellows.
Dito isso, é impossível não gostar dos personagens principais e a dinâmica entre eles, pois, quem faz uma série, além do enredo, são os atores, não é mesmo? Teuta possui dois amigos de infância, que se preocupam e sempre estão em constante contato com a jornalista, enquanto os garotos são uma espécie de parceiros de trabalho. Eu digo “parceiros” porque à primeiro momento a dinâmica deles tem um bom ritmo assim como duplas de policiais em filmes americanos, eles estão juntos principalmente por conta do trabalho. Mas nesse processo, a amizade foi claramente desenvolvida e na hora de relaxar e confraternizar eles se reúnem como bons amigos.
Os meninos exercem suas profissões e atuam no cotidiano como qualquer outra pessoa, mas também realizam um tipo de trabalho… especial. Não posso detalhar nada, mas posso dizer que senti que o enredo de Bustafellows vai lidar com temas relacionados à ética, ao que é certo ou errado (ou se a percepção muda a depender do contexto), e a problemas e injustiças que cidades grandes como New Sieg podem oferecer. Tudo isso, claro, com um toque de ação.
Não demora para descobrirmos por que a Teuta encontra Limbo à beira da morte. E como nos diz a sinopse do jogo, a jornalista resolve usar da sua habilidade e voltar no tempo para evitar que o rapaz morra.
Olha, confessar que passei uns 10min queimando meus neurônios tentando entender o esquema dessa volta curta no passado na pele de outra pessoa e depois voltar para o seu corpo original. Eu tinha (e na verdade ainda tenho, pois joguei só o começo) receio de não ser muito convincente, porque pra mim, toda história que mexe com viagem no tempo tem grandes chances de gerar alguma incongruência. Mas é, depois de 50 mil sinapses no meu cérebro, eu entendi o esquema “Rerun” da Teuta (é como ela chama esse ato de voltar no tempo).
Pra quem quer entender um pouco como funciona essa viagem do tempo curta da Teuta, eu vou tentar explicar de forma resumida: Quando ela volta no tempo na pele de outra pessoa, é como se gerasse uma nova linha do tempo. Nesse passado (a nova linha do tempo), a mente de Teuta está no lugar da mente de outra pessoa, pois o corpo não é originalmente da garota. Enquanto isso, o corpo da Teuta nesse passado está fazendo o que ela normalmente faria/fez (eu sei, meio ??? mas foi a única forma que encontrei pra fazer sentido). Quando ela “sai” do corpo da pessoa nesse passado (que, lembrando, é a nova linha do tempo! @_@), a mente dela encontra o seu corpo, que está nessa nova linha do tempo, e não na antiga, que foi de onde a “mente” da Teuta originalmente partiu. É, se você não entendeu, só jogando pra entender kkkkk.
Então em suma ela faz isso quando vê o Limbo morto. Ela volta para o passado, gerando uma nova linha do tempo, no qual consegue evitar que o rapaz seja assassinado. E então, uma sequência de eventos que a Teuta nunca imaginaria passar acontece, já que ela acaba se envolvendo com o Limbo após fazer o alerta ao advogado. A partir daí, a história começa!
A Teuta é uma típica jornalista de um filme de ação ou investigação. Ela é curiosa, inteligente, sensata, esforçada, tem bom coração e sempre está atenta ao ponto de vista dos outros (talvez pela sua experiência de entrar na pele de outras pessoas). Só o fato de adicionarem voz à personagem já ajuda bastante em termos uma noção melhor da sua personalidade. Eu gostei da Teuta, posso dizer que minha percepção com ela tá neutra, puxando mais pro positivo. Só algumas vezes a voz dela atinge uns picos de agudo que coitados dos meus ouvidos, aekaoekaoek.
Todos os rapazes são únicos e com personalidades bem distintas, então com certeza ao menos 1 vai agradar você. Limbo é confiante, amigável e alto astral, facilmente conquista o carisma dos outros. Shu é o mistério em pessoa que dá pra desconfiar que possui um passado negro (AMO?!), ele exala sensualidade e alguns comentários aliados a pequenos sorrisos me fizeram questionar se ele tava flertando com a Teuta (btw, LOUCA PRA JOGAR A ROTA DELE, AJSDOIAD). Mozu é o que todo mundo chamaria de estranho, mas ele é polido e quando Teuta conversa com ele, você vê que ele é uma pessoa normal mas com atitudes estranhas, kkk. Helvetica é vaidoso e gosta de flertar com Teuta de forma direta, mas com um sorriso educado. Ele foi o único que não me interessei, mas não chega ao ponto de querer evitar (só de ser a primeira rota pra que eu me livre logo, cof). E Scarecrow é um jovem nerd hacker, e como qualquer jovem, ele tenta esconder seu jeito atrapalhado e inexperiente com a vida (no caso dele, com mulheres), e mostra que é uma espécie de “poderoso chefão” (sem sucesso, óbvio). Ele é muito fofo e rende divertidos momentos! A cena que se desenvolve quando a Teuta o conhece é hilária!
Os personagens secundários são secundários apenas no nome e na frequência que aparecem, pois muitos são carismáticos e com personalidades também bem definidas. Meu destaque vai para a amiga da Teuta, a Luka <3 E eu não rejeitaria uma rota com o Adam, o outro amigo de infância dela, cof.
Em relação ao visual do jogo, não tenho o que reclamar, tudo está bem trabalhado, os cenários receberam o cuidado extra que por vezes não vemos em alguns otome games, e a cidade é uma clara referência à Nova Iorque, constatando mais uma vez o ar de série americana que o jogo carrega. Em relação à qualidade de imagem das CGs, não posso dizer muito porque eu liberei pouquíssimas, mas até agora o que vi me agradou!
Creio que não tive oportunidade de escutar todas as músicas do jogo, mas até agora tudo me agradou. Inclusive, aquela maldita musiquinha instrumental de abertura do menu principal NÃO SAI DA MINHA CABEÇA! Bem, pelo menos eu gosto dela, cof. A trilha sonora consegue se encaixar bem na ambientação e premissa da história de Bustafellows, com certeza uma ou outra vai ficar na sua cabeça como ficou na minha.
A única coisa que não gostei em relação às mecânicas é a impossibilidade de salvar (ou até mesmo de fazer um quick save) nas telas de escolhas. Sim, lá está você, jogando lindamente, e PUF, aparecem as opções de escolhas e você quer dar uma rápida salvada pra ver a reação dos personagens com outra escolha, mas não lhe é permitido. Eu não sei se depois essa opção é desbloqueada, mas achei bem incomum.
Em relação ao port para PC, algumas funções do teclado ficaram escondidas, e tive que sair apertando tudo pra descobrir qual botão ativava tal função. Alguns não foram contemplados na tela de controles, e a PQube dias depois fez tweet informando que faria uma atualização para corrigir esse erro.
Eu jogo às vezes pelo controle, e, apesar da Steam dizer que o jogo é parcialmente compatível com controle, eu consegui usar todas as funções disponíveis do game, ou seja, joguei de boas com o controle.
Eu só espero que eles também corrijam o problema da falta de opções de resoluções e do modo janela. Atualmente, só dá pra jogar em tela cheia, a não ser que você ative uma janela forçada pressionando Alt + Enter. O que acaba sendo meio inútil, pois não dá pra diminuir a janela. Na Steam eu já vi tópicos que foram abertos das pessoas reclamando dessa falta de modo janela, e eu no mesmo dia que comprei o jogo mandei um e-mail pra o suporte da PQube relatando o meu caso. No aguardo por um patch para correção.
Outra coisa que incomodou um pouco mas dá pra relevar são os vídeos. Mesmo com o Windows na resolução 1920 x 1080p, os vídeos carregaram parecendo que são qualidade 480p, kkkkk. Fica com um pouco de serrilhado. E esse ruído visual também acontece nos detalhes animados dos cenários de fundo. Como os vídeos provavelmente não serão frequentes e as animações dos cenários são mínimas, não achei um grande problemão, apesar de que seria interessante assistir os vídeos em 1080p e ver os cenários com animações 100% limpas. E por falar em qualidade, me parece que o jogo em geral não tá em 1080p, pois dá pra perceber beeeem de leve que a a exibição da imagem em geral poderia ter mais nitidez, o que aumentam minhas suspeitas de que o port pra PC não esteja rodando em 1080p nativamente. Mesmo assim, sinceramente, pra mim, dá pra jogar! São detalhes que depois você se acostuma. No entanto… No aguardo por um patch para correção [2].
Por fim, eu digo com toda certeza: Bustafellows promete! Não é à toa que ele recebeu boas reviews de garotas que já haviam zerado a versão japonesa. Eu lembro de ter ficado muito feliz com a notícia da localização dele, pois aparentava ser bom, e até agora eu não estava errada. É evidente que a narrativa não vai focar no romance, eu diria que ele tem um bom equilíbrio entre enredo x romance, daquele tipo de filme ou série policial com personagens que se conhecem, de alguma forma se envolvem em um objetivo, e eventualmente desenvolverão um romance.
Então eu creio que Bustafellows é para aqueles que estão atrás de uma VN com um ar policial/ação, ambientada numa cidade cosmopolita, com personagens trabalhando certas questões pelas sombras ao mesmo tempo que desenvolvem um romance.
Obrigada pela leitura! Eu escrevo demais, mas quis relatar os detalhes que ao meu ver são relevantes pra quem tá um pouco de olho em Bustafellows ou quer matar a curiosidade enquanto ainda não o compra. Eu só sei que tô louca pra jogar as rotas do Shu, Limbo e Scarecrow. Esse é o meu top 3.
Se você jogou um pouco ou tudo de Bustafellows, comenta o que achou também! <3 Mas evite spoilers, pra não estragar a experiência de outra pessoa, hein! ^^
Otomices 