Seguindo a linha de Norn9, Prince of Stride: Alternative é mais um anime da temporada atual originário de um otome game. Muitos estão dizendo que é o novo Free!. Será? Leia este post e tire sua conclusão!

A história de Prince of Stride conta a vida de Sakurai Nana e seus amigos do clube de corrida Stride. O clube é conhecido por participar de corridas do tipo Stride (até onde pesquisei, ficcional), uma corrida urbana que faz uma mistura com parkour. Nana se mudou de uma cidade do interior para participar do clube, pois ela viu um vídeo de corrida dos antigos integrantes e se encantou com a velocidade, estratégia e confiança que um depositava no outro.

O anime é iniciado dessa forma, com trechos deste vídeo, enquanto Nana narra o que é essa corrida e o Stride em si. Não é apenas correr. É uma conexão que se torna como o vento, é o companheirismo e confiança em sua equipe e seu parceiro. É com este encantamento que ela e mais um garoto, Fujiwara Takeru, se juntam ao clube, arrastando um terceiro, Yagami Riku, para completar a equipe.

Falando em Riku, já fica bem óbvio que ele será o principal dos garotos, e também fica óbvio que algo do passado o incomoda. Takeru é o seu par principal nas corridas, e o desenvolvimento dos dois é peça fundamental para a proposta da série.

Os outros meninos, apesar de pouco destaque inicial, são carismáticos e com personalidades únicas, como já é de se esperar pelo fato de surgir de um otome game. Nana é a única menina entre todos, ela fica com o papel de ser a informante das equipes, a responsável pela troca de uma dupla quando os meninos estão perto de revezar o posto do corredor Stride.

O projeto gráfico do anime está muito bem trabalhado! Você de cara nota que este fator personaliza o anime de um jeito único. Toda a animação é bem colorida, a paleta de cores é bem diversificada. O traço é outra coisa que o torna único, pois numa impressão rápida você tem a sensação de que ele é meio mal feito, mas ao analisar todo o projeto, tem a conclusão que aquilo é proposital, é o estilo do traço. Bem limpo e fino. Ter Sogabe Shuji (Persona 4, God Eater) como character design original já nos mostra com que tipo de qualidade estamos lidando.

A pintura dos personagens e cenário segue e mesma linha, é chapada e com poucos efeitos de luz e sombra. Perfeito. Nada fica carregado nas cenas. É leveza, simplicidade e velocidade, essenciais para um anime de corrida urbana como Prince of Stride.

A música também não fica para trás, ela é um match perfeito com o enredo, tanto as cantadas como as instrumentais. Tem um ar moderno e descolado, com umas batidas meio futuristas que eu adoro! Os garotos correm, são super velozes, a música também precisa casar com o contexto. E este ponto também passou pelo test-drive, viu!

O momento das corridas são fantásticos! Eu imaginei que seria algo bem feito e legal mas fiquei surpresa com a forma que a Madhouse lidou com a narração e sequência das cenas. Pra mim é o ponto alto do anime, as corridas. Sério, no primeiro episódio eu fiquei muito eufórica, eles conseguiram animar de uma forma que parece que você está na pele do corredor. O episódio pode estar meio parado e normal, como aconteceu no segundo, mas quando o momento da corrida chega, por mais que dure pouco tempo, ela consegue dar aquela equilibrada no timing do episódio.

O que me agradou na história é que ela dá mais importância à corrida e o companheirismo do que o romance em si. Aliás, não vemos nem brecha disso por enquanto, e nem sei se realmente escolherão um garoto para ser o par dela no anime. Ficou bem claro que é um anime de esporte, e aconteceu de sua origem ser um otome game.

Quem acha que o anime é um novo Free! ou pelo simples fato de sua origem ser um otoge descartá-lo, não sabe o que está perdendo. Prince of Stride não precisa de fanservice apelativo para mostrar que é interessante. Em nenhum momento vemos os corpos ou músculos dos meninos em evidência. E mesmo que tenha um ou outro fanservice, ele não é o ponto principal, será para compor a cena, e não para apelar (um exemplo, Takeru apertando as pernas dos meninos para analisar a capacidade física para as corridas).

Prince of Stride não tem nada do outro mundo. É uma história bem comum, até com alguns traços de shounen – companheirismo, desafio de se superar, confiança no outro – , arrisco dizer, e que está bem trabalhado.

A protagonista até agora não ganhou muito destaque. E sim, é originário de um otome game (já que falaram tanto isso)! Não é porque a maioria das adaptações e otoges focam no romance que sempre será assim com todos. E apesar deste pouco destaque, Nana é necessária no clube, todos precisam dela, assim como precisam de cada integrante. É um trabalho em equipe, e esta é a principal mensagem da série.

Em suma, Prince of Stride: Alternative pode ser definido como um anime de esportes muito estiloso e gostoso de assistir. Não tem mistério, não merece o Globo de Ouro mas também não merece todo este preconceito que recebeu de muita gente. É um anime que até agora recomendo para quem curte corrida, projeto gráfico colorido e bem trabalhado, assim como trabalho em equipe e companheirismo.

Esse artigo não necessariamente reflete a opinião de toda a equipe do Otomices, e sim apenas de quem o escreve. Você concorda? Discorda? Faça seu comentário com suas impressões.